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domingo, dezembro 10, 2006

Peão b5


Espero que aqueles que aplaudiram a derrota de Israel no sul do Líbano comecem a perceber onde é que isto nos vai levar. Um Hezbollah com áurea de vencedor, mais forte e mais destemido, acha que deve governar o Líbano. Primeiro elimina-se fisicamente quem se opõe, a seguir coloca-se o povo na rua a exigir “democraticamente” a queda do Governo.
Um Líbano governado pelo Hezbollah, ou seja pela Síria com o apoio de Teerão, será a ultima jogada para por fim a qualquer possibilidade de paz no Médio Oriente e a primeira no grande sonho da união de todos os países árabes para a destruição de Israel.
Alguém em Teerão deve estar a pensar: “O peão já está em b5. Vamos lá mexer o bispo”.

:: enviado por U18 Team :: 12/10/2006 03:02:00 da tarde :: início ::
2 comentário(s):
  • Protestos no Líbano exigem mudança política
    Milhares pela paz, soberania e igualdade
    Por * Bill Cecil

    Muitos vieram a pé, de motorizada ou dividindo um automóvel, uma carrinha, um autocarro. Mulheres e homens juntos, na sua maioria jovens. Alguns trouxeram os filhos. Provenientes do Sul, Este e Norte, de todo o lado menos do mar, acorreram ao centro de Beirute até que a zona circundante ao parlamento se transformou num oceano de bandeiras libanesas.

    Às três da tarde de sexta-feira, 1 de Dezembro, quase meio Líbano se encontrava ali. Dois milhões de vozes gritavam palavras de ordem como «EUA fora do Líbano» ou «queremos um governo livre». No sábado e domingo seguintes voltaram. Segunda-feira, dezenas de milhar mantinham-se acampados numa gigantesca «cidade de tendas», mesmo em frente ao parlamento. Diziam estar dispostos a permanecer na rua até que o executivo de Fouad Siniora resigne.

    Na noite de domingo, os donos da riqueza e do privilégio responderam cobardemente. Dois manifestantes foram assassinados quando regressavam aos respectivos bairros. A um deles cortaram a garganta depois de o alvejarem com um tiro. Militares fortemente armados rodeavam os edifícios governamentais e patrulhavam as ruas, mas as pessoas dizem que gozam da simpatia dos soldados e garantem que o primeiro-ministro não ousa ordenar ao exército que reprima as manifestações.

    Este povo que aqui veio respondeu ao apelo televisivo feito por Sayid Hassan Nasrullah, secretário-geral do Hezbollah, um dos muitos partidos que compõem a Aliança 8 de Março, plataforma que congrega a oposição democrática no Líbano. O Hezbollah tem forte implantação entre a população xiita muçulmana, a comunidade mais pobre do Líbano, mas granjeou prestígio entre outros sectores populares graças à resistência oferecida durante o recente ataque israelita, enquanto o governo de Siniora nada fazia.

    A maioria dos que aqui se concentraram são xiitas. Muitos habitam em Dahiye – bairro paupérrimo dos subúrbios no Sul da capital –, outros tantos em cidades arrasadas no Sul do país e no Vale de Bekaa. Raros são os que não perderam entes queridos durante os bombardeamentos israelitas, quando obuses e mísseis norte-americanos «choveram» sob as suas casas. Muitos também pegaram em armas e combateram.

    Curioso, ou talvez não, é que junto destes encontramos milhares de cristãos do Leste de Beirute e das aldeias nas montanhas do Norte do Líbano. Muçulmanos sunitas, drusos e arménios também não faltaram à chamada, assim como palestinianos exilados no Líbano há gerações ou «trabalhadores convidados» sírios, jordanos e egípcios.

    Todos expressam um desejo comum, e em conversa com um norte-americano presente exigem o fim da ditadura das políticas económicas de Wall Street; o fim da divisão entre ricos e pobres; o fim do terror israelita financiado pelos EUA; um Líbano e um Médio Oriente livres da dominação política e económica de Washington.

    Alguns estão identificados com a luta global contra o imperialismo norte-americano. Uma idosa envergando uma jilaba exibe uma gigantesca bandeira da Venezuela. Um jovem carrega uma bandeira da Palestina.

    Questão de classe

    Tal como na Palestina, no Iraque ou na Irlanda do Norte, as multinacionais da comunicação ocidentais transmitem a imagem de que este conflito é de natureza religiosa. Enganam-se. O combate que se desenrola é reflexo da luta de classes.

    De um lado está a Coligação 14 de Março, a qual representa o poder de uma elite privilegiada e ocidentalizada. O seu domínio baseia-se no sistema de divisão sectária herdado do colonialismo francês. Mantém-se no topo fruto do apoio dos EUA, Israel e Arábia Saudita.

    Do outro lado está a Aliança 8 de Março, que goza do apoio dos libaneses pobres e explorados, aqueles que mais sofrem com as políticas económicas de Siniora e com os mísseis lançados por Israel e fabricados nos EUA. Neste incluem-se os xiitas partidários do Hezbollah e do Amal, a maioria dos cristãos apoiantes do Movimento Patriótico Cristão Livre e do Marada, os drusos do Partido Democrático, os militantes e activistas do Partido Comunista Libanês e do Partido do Povo Sírio do Líbano.

    «Vejam! Este é o verdadeiro novo Médio Oriente!», disse Hussein Husseini, um mecânico de motos de Dahiye. «Não é o Médio Oriente de George Bush e Condoleezza Rice. Todos juntos somos o povo do Médio Oriente, todos, xiitas, sunitas, católicos, ortodoxos, drusos, arménios. Bush pensa que nos pode dominar, mas aqui começa o fim do seu sonho».

    «Eu quero que o governo controlado pelos EUA e por Israel resigne porque o que precisamos é de um governo que nos represente a todos, não apenas a um punhado de pessoas», afirmou Tariq, 16 anos, do Sul do Líbano. Tariq teve que abandonar a sua casa, no Verão passado, para escapar às bombas israelitas.

    Ahmed cresceu no Michingan, onde trabalhou como motorista até 2005, ano em que regressou ao Líbano para ajudar a sua família. «É difícil acreditar o quanto as pessoas são pobres aqui», contou-me. «Famílias inteiras sobrevivem com pouco mais de um décimo de dólar por dia, ao passo que alguns capitalistas têm tudo, tal como nos EUA», acrescentou.

    O povo ri-se das declarações da administração Bush de que o Hezbollah é um partido «terrorista» e de que estão a ser controlados pela Síria e pelo Irão. «Veja toda esta gente», disse-me Ysuf, que trabalha à noite como segurança. Ganha 50 dólares por semana numa cidade em que os preços são quase tão elevados quanto em Nova Iorque.
    «Toda esta gente é “terrorista”? São todos sírios ou iranianos? Não, estes são os libaneses, esta é a realidade do povo do Líbano e vieram até cá porque não têm trabalho, porque não podem mais com o custo de vida no próprio país», concluiu.

    * Bill Cecil é repórter do Workers World e estava em Beirute no decurso dos acontecimentos
    http://www.avante.pt/noticia.asp?id=17284&area=11&edicao=1723

    De Anonymous Anónimo, em dezembro 10, 2006 6:05 da tarde  
  • Se puder leia, s.f.f.:
    http://www.odiario.info/articulo.php?p=128&more=1&c=1

    De Anonymous Anónimo, em dezembro 13, 2006 6:50 da tarde  
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