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sábado, maio 12, 2007

Mais uma vítima do sistema

Nem todos podem ser Marquês de Pombal e não é desejável um terramoto para que alguém tenha ocasião de provar que o é. No entanto, seria agradável ter, para variar, um presidente da Câmara de Lisboa que tivesse algumas ideias para a cidade. Como têm Madrid, Barcelona, Berlim, Paris ou até o pitoresco londrino Ken Livingstone.
Há dias, um estrangeiro dizia-me que Lisboa estava decrépita. Decrépita!? A minha cidade!? Indignei-me. Na verdade, a indignação era mais fruto de um patriotismo ferido (era um espanhol) do que da realidade.
A Lisboa de hoje não é boa para viver. Dos condomínios fechados do novo-riquismo sem gosto, até aos bairros populares degradados, passando pelo trânsito e pela desolação do centro à noite, a cidade vai ficando o lugar onde se vai para trabalhar e se escapa o mais depressa possível.
Os culpados têm nomes. Um deles sai agora entre suspeitas de corrupção, acusações de falta de carácter e certezas de mau gestor.
Como habitualmente, declara ser uma vítima. Dos partidos, da Justiça, de forças ocultas. De todos menos dele próprio. Reclama ter sido eleito e só o povo de Lisboa o poder destituir, como se o voto fosse uma procuração para todas as trapalhadas.
Do seu mandato fica-nos a inauguração de um casino no Parque das Nações e umas fotografias com o Sr. Stanley Ho. Os lisboetas mereciam mais, muito mais.
Embora os nomes que se perfilam para as eleições não me entusiasmem muito, espero que o eleito seja alguém que goste da cidade e, mesmo com as limitações conhecidas, esteja disposto a tirá-la do torpor em que se encontra. Se não, temo que até a luminosidade que só Lisboa tem comece a empalidecer.

:: enviado por U18 Team :: 5/12/2007 10:22:00 da tarde :: início ::
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