BRITEIROS: O bode expiatório <$BlogRSDUrl$>








quarta-feira, maio 16, 2007

O bode expiatório

The message that it sends to the countries that we're trying to work with in, which we are trying to improve their governance, it just basically says, do what I say, but not what I do. And countries may say to us, well you don't even have your own house in order, so why do you expect us to?
Estas poucas linhas resumem lindamente e da maneira mais hipócrita a situação que gerou no seio do Banco Mundial a paixão mal solapada do seu presidente.

O mais grave no centro da controvérsia é a sugestão que ela tenta transmitir de que antes o Banco Mundial seria uma instituição com credenciais imaculadas em matéria de ética, até ao momento em que os famosos 24 membros do seu Conselho Executivo sentenciaram que a actual controvérsia “teve um efeito negativo dramático na reputação e credibilidade” do organismo.

O certo é que a credibilidade do Banco Mundial já tinha sido fatalmente comprometida quando obrigou o Governo do Gana a impor propinas aos estudantes em troca da concessão de um empréstimo. Ou quando exigiu que a Tanzânia entregasse a sua rede de água potável a empresas privadas. Ou quando exigiu, em troca das ajudas após a passagem do furacão Mitch, que fossem privatizados os serviços de telecomunicações. Ou quando pediu ao Sri Lanka maior flexibilidade laboral — isto é, autorização para despedir trabalhadores sem qualquer compensação — depois do tsunami que devastou a Ásia. Ou quando tentou eliminar os subsídios aos alimentos no Iraque, logo após a invasão. Os equatorianos estão-se marimbando para a namorada de Wolfowitz. Estão muito mais preocupados com o facto de o Banco Mundial ter bloqueado um empréstimo de 100 milhões de dólares, logo que o Governo de Quito ousou gastar uma parte dos seus lucros do petróleo na saúde e na educação. Diz que é uma espécie de organização que luta contra a pobreza.

Mas a área onde o Banco Mundial mostra a sua mais ténue autoridade moral é na luta contra a corrupção. Em praticamente todos os lugares onde um governo se dedicou à pilhagem massiva nas últimas quatro décadas, o Banco Mundial e o FMI foram dos primeiros a passar pelo local do crime. E nem sequer estavam a olhar para o lado enquanto os funcionários locais enchiam os bolsos. Não! Eram eles próprios que escreviam as normas do saqueio, enquanto gritavam: “Mais rápido, por favor!”. É o processo conhecido como terapia de choque. Um exemplo foi o da Rússia no reinado do recém-falecido Boris Ieltsin. A partir de 1990, o Banco Mundial liderou a ofensiva para que a ex-União Soviética impusesse de imediato o que qualificou de reformas radicais. Quando Michael Gorbachov se negou a aceitar, Ieltsin deu um passo em frente.

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:: enviado por JAM :: 5/16/2007 12:22:00 da manhã :: início ::
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