terça-feira, novembro 27, 2007
Quanto mais se mexe na merda...
Um enorme cinismo paira sobre a “cimeira” que vem, mais uma vez, remexer o inextinguível conflito israelo-palestiniano. Essa não-sei-quê de Annapolis, como lhe chama Rui Tavares.Assunto debatido até à exaustão, sobre o qual é impossível dizer-se o que quer que seja de novo. Não existe já um único centímetro quadrado, nenhuma solução teórica, nem um só ponto de vista ou método de negociação, que não tenham sido já revirados em todas as facetas possíveis.
Um conflito que, para a maioria dos observadores, está militarmente terminado, ganho — de uma forma esmagadora — pelo lado israelita. Só que... sem que tenha havido a mínima transformação, sobre o terreno, dessa vitória militar em vitória política ou em paz durável... nem sequer nos cemitérios.
Daí essa imensa frustração bem visível em ambas as partes.
Os israelitas, à procura de uma remota vitória total, vêem-se obrigados a estabelecer um compromisso com o inimigo vencido — subjugado, mas ainda não aniquilado.
E os palestinianos, historicamente conduzidos por uma liderança catastrófica, submetidos por um inimigo mil vezes mais poderoso e embrenhados numa sangrenta guerra intestina, oscilam entre o inacessível sonho nacional... e a busca de uma existência quotidiana simplesmente suportável.
Etiquetas: Palestina
:: enviado por JAM :: 11/27/2007 11:25:00 da tarde :: início ::