BRITEIROS: Europe’s Far West <$BlogRSDUrl$>








segunda-feira, dezembro 17, 2007

Europe’s Far West

Até Manuel Pinho será capaz de admitir que nem o Sunday Times é um tablóide sensacionalista nem Rod Liddle é um jornalista desconhecido à procura de notoriedade. Vejamos o que ele escreveu na edição de ontem:
“A Portuguese journalist has suggested that Kate McCann was only “one step away from prison” at one point during the police investigation into the whereabouts of her missing daughter, Madeleine. Manuel Catarino, the editor-in-chief of some Portuguese newspaper, believes that Kate McCann escaped prison only because of the preferential treatment afforded to her because she was English, rather than Portuguese. It’s a shame that this “preferential treatment” didn’t extend to an even barely competent investigation of the case, you might think. Six months after Madeleine went missing, the Portuguese old bill at last got around to sending in sniffer dogs to the McCanns’ apartment where they think they found some specks of blood, but aren’t entirely sure. Meanwhile, the boss of the investigation, Goncalo “Sherlock” Amaral, was sacked. The Portuguese public – out of straightforward xenophobia – have always assumed the McCanns to be guilty, despite overwhelming evidence to the contrary. Thinking of the Algarve next year? Think again. “

Compreendo o ponto de vista. Aliás, todos o podemos compreender se substituirmos casal McCann por casal Silva, trocarmos Algarve por costa turca ou tunisina e rebobinarmos a história para a contar de novo (e não me venham dizer que o casal Silva nunca deixaria os filhos sozinhos).
É que ao lado da excelência apregoada – muito mais individual do que colectiva e mesmo assim onde apenas as duas pessoas ligadas ao futebol serão figuras globais – existe um país onde a policia tem “Sherlock” Amarais que gostam de “apertar” suspeitos; onde o segredo de justiça é como o limite de velocidade: todos sabemos que existe mas ninguém liga; onde só aos presidentes de Câmara ou de clubes de futebol se dá a opção de fuga ao serem “avisados” de que vão ser detidos para prestar declarações, sem que ninguém seja responsabilizado por isso; onde se pode ser preso sem acusação e passar meses numa cadeia sem ser ouvido por ninguém; onde, na melhor das hipóteses, o julgamento será realizado passados 3 ou 4 anos sobre os factos e, entre recursos e contra recursos, poderá durar mais 4 ou 5; onde se inventou a figura de “arguido” para espanto do resto do mundo; onde arguido continua a ser igual a culpado para a opinião pública; onde se pode ser considerado arguido quando um cão pára junto a algo que nos pertence, sem que absolutamente mais nenhuma prova nos aponte como “suspeitos”.
Nós sabemo-lo. Os ingleses também.
Sendo assim, não seria muito mais inteligente se, em vez de tentar promover o País com a imagem (pouco) subliminar de Califórnia da Europa, o promovêssemos como Europe’s Far West?
Não só o turismo radical está na moda e em plena expansão, como é um turismo relativamente endinheirado. Think again.

PS: Já agora, se querem que algum inglês sedento de aventuras mais radicais visite o país, convinha que corrigissem o site do turismo. “Weast” não é uma palavra inglesa. A menos que queiram dizer que Portugal é, ao mesmo tempo, a costa “west” e “east” da Europa. Isso sim seria brilhante.

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:: enviado por U18 Team :: 12/17/2007 02:44:00 da tarde :: início ::
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