terça-feira, setembro 14, 2004
Suprimir a democracia em nome do terrorismo
Zangam-se as comadres... e descobrem-se as verdades :O jornal Pravda dizia recentemente pela voz do director da secção portuguesa :
“Temos um regime criminoso e assassino assente em Washington, que acha que pode mentir, forjar documentos, desrespeitar a lei internacional e que acha que pode utilizar chantagem e prepotência em vez de diplomacia e que depois tem a audácia de se assumir como defensor de liberdades humanas. Este regime fez com que o terrorismo internacional tivesse uma razão de ser. Hoje em dia, se houver mais uma atrocidade em Nova Iorque, em vez de choque e pavor, a reacção de muita boa gente será um encolher de ombros e sussurrar “Bem, qual é a diferença entre chacinar pessoas em festas de casamento no Afeganistão e 10.000 civis no Iraque… e um atentado nos EUA?” Será que uns são brancos e outros castanhos?”
Agora, a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos pela voz do secretário de estado Colin Powell, manifesta-se em bloco contra as reformas que Vladimir Putin pretende pôr em prática visando o reforço do poder central na Rússia, como condição para intensificar a luta contra o terrorismo.
“Numa clara resposta ao separatismo que alastra no Cáucaso Norte, Putin propõe que os responsáveis das entidades federadas (regiões ou repúblicas) deixem de ser eleitos por sufrágio universal, passando as candidaturas a ser propostas pelo Presidente e posteriormente ratificadas pelas assembleias regionais.
Só ingenuamente poderíamos pensar que as contra-ofensivas dos governos americano ou russo têm como única referência a luta antiterrorista. A essência da questão nada tem a ver com religião ou com o "confronto de culturas" ou com a "luta entre o Bem e o Mal" ou com qualquer outro absurdo espalhado a granel por comentadores superficiais ou por pessoas interessadas em semear deliberadamente a confusão e em espalhar ideias reaccionárias e racistas. O problema é o sistema das grandes companhias multinacionais que causam o caos, o desemprego em massa e a miséria por toda parte, resultando em instabilidade universal. E são as massas, o povo comum, seja em Manhattan, em Madrid ou em Beslan, que pagam a conta.
:: enviado por JAM :: 9/14/2004 07:57:00 da tarde :: início ::