domingo, outubro 10, 2004
Os sete pecados capitais da crise
O episódio rocambolesco e confrangedor do terramoto Marcelo, com epicentro no principal partido do governo, conseguiu revelar, de uma assentada, os sete pecados capitais, sintomáticos de uma verdadeira crise existencial à escala nacional :Vaidade e ânsia de protagonismo de um primeiro ministro ziguezaguiante, sem programa político e que passa o tempo a dar cobertura à incompetência dos seus ministros.
Ira de um PSD, em pleno frenesim de instabilidade interna, que perdeu a paciência para aturar o “ódio” e as “críticas injustas e desproporcionadas” das revelações do professor.
Inveja de um descontrolado lacaio, promovido a ministro, vitima de um ataque de demência antidemocrática.
Luxúria descabida de um empresário, patrão da TVI, que não resistiu às pressões do poder político ao ver os seus negócios colocados sob ameaça.
Gula de uma impressionante intromissão dos poderes públicos na Comunicação Social e, sobretudo, de um governo formado por populistas, sem sensibilidade para compreender o que é a liberdade de informação.
Avareza de valores culturais e cívicos que subordinou a liberdade de expressão, e o direito a uma informação plural e crítica, ao valor dos negócios e dos lucros.
Preguiça de um povo que assiste impávido e sereno a todos estes ataques à sua integridade moral, sem reagir nem exigir responsabilidades àqueles que, em seu nome, nos (des) governam.
:: enviado por JAM :: 10/10/2004 05:21:00 da tarde :: início ::