Como milhares de Bloggers, faço uma passagem regular pelo Abrupto e, aqui e além, lá aparece uma frase, uma ideia, uma imagem, um poema. Mantenho-me fiel leitor do Blog de JPP e, como muitos, vou esperando a afirmação polémica, a análise afiada. Hoje JPP fez-nos uma confidência: se fosse americano votaria em Bush. Até aqui nada de espantoso. Espantosa é a razão dada para esta opção: Bush "manterá o rumo numa política que é a única que hoje defronta o terrorismo apocalíptico na sua essência."

Na sua essência? Apocalíptico? E Bush definiu a única política que defronta?

Nada pode agradar mais a gente extremista que ser defrontada. Que me defrontem, dizem os jovens palestinianos. Que me defrontem, dizem os espoliados deste mundo. Que me defrontem, dizem os homens do Afganistão. Que me defrontem, dizem as viúvas da Chechenia.

Terrorismo apocalíptico é a desobediência sistemática de um país às resoluções das Nações Unidas. A resolução A/RES/ES-10/13 de 21/10/2003 registou o voto favorável de 144 membros, voto negativo de 4, abstenção de 12, não tendo votado 12 países. E quem foram os quatro que votaram contra? Israel, Ilhas Marshall, Micronesia e Estados Unidos.
Nesta resolução era exigido, entre outras coisas, que fosse posto fim à construção do MURO: "Demands that Israel stop and reverse the construction of the wall in the Occupied Palestinian Territory, including in and around East Jerusalem, which is in departure of the Armistice Line of 1949 and is in contradiction to relevant provisions of international law; "

Era ainda solicitado que Israel respeitasse a Convenção de Genebra. " Reiterating its call upon Israel, the occupying Power, to fully and effectively respect the Geneva Convention relative to the Protection of Civilian Persons in Time of War of 12 August 1949"

De facto, apocalíptico mesmo é o desrespeito e impunidade de alguns...

http://domino.un.org/unispal.nsf