quarta-feira, novembro 03, 2004
O senhor da guerra
O terrorismo, a guerra e a segurança nacional levaram a melhor sobre a economia e as questões sociais, apesar dos esforços de Kerry para chamar a tenção dos americanos para os problemas do emprego, da saúde e da segurança social.A conjuntura internacional foi favorável a Bush. A tragédia de Beslan foi extremamente chocante para os americanos, sobretudo para as mães, lembrando-lhes que o terrorismo não deixou de constituir uma perigosa ameaça. A reaparição providencial de Bin Laden, nas vésperas da eleição, deu o toque final para reforçar este espectro do medo.
Os americanos escolheram, assim, o presidente que lhes parecia mais bem posicionado para dirigir o país em tempo de guerra nos próximos quatro anos. Bush conseguiu afastar a política interior para o segundo plano e convencer os eleitores que a guerra no Iraque fazia parte integrante da guerra contra o terrorismo. Foi este o argumento que finalmente convenceu os indecisos.
Mas, como foi possível que uma pessoa com um percurso académico tão medíocre, sem a menor dimensão intelectual, com uma juventude atormentada por problemas de alcoolismo e com tantos falhanços nos negócios do petróleo, esteja em vias de repetir a façanha de aceder à mais alta magistratura do país mais poderoso do mundo?
O que é que terá levado este cristão evangelista e beato a este destino de novo Moisés dirigindo o seu povo na grande batalha contra as forças do mal?
:: enviado por JAM :: 11/03/2004 03:48:00 da tarde :: início ::