terça-feira, dezembro 21, 2004
Banana Split
Num artigo de hoje no Público, Ana Sá Lopes explica-nos de que forma o PS está preso ao síndroma da BANANA (Build Absolutely Nothing Anywhere Near Anybody). Segundo esta teoria, para deixarem de ser bananas, os dirigentes do PS, com José Sócrates à cabeça, teriam que manter a co-incineração como principal promessa eleitoral. Tudo isto porque para o PS (incluindo o PS Coimbra), mais do que uma simples questão de queima de resíduos industriais, está em causa a imagem de determinação e firmeza do seu líder.
Ora numa altura em que os portugueses estão plenamente conscientes do seu afastamento crescente em relação aos seus parceiros europeus e esperam, por isso, que os seus políticos apresentem soluções que permitam unir os portugueses em torno da recuperação do atraso, não é de firmeza e determinação que mais precisam, mas sim de lucidez e de responsabilidade. Firmeza e determinação são próprias dos ditadores. Em democracia, não ouvir as mensagens claras que os eleitores transmitiram ao PS, primeiro nas eleições autárquicas em Coimbra e depois nas eleições legislativas de 2002, é sintoma grave de falta de lucidez e de responsabilidade.
Se o PS de Coimbra, para não “estragar a festa”, não quer reagir agora, quando é que irá reagir? Depois das eleições, em luta fratricida, para mostrar que ainda são piores do que o PSD?
O artigo do Público, diz-nos ainda que a incógnita reside no protagonista desejado pelos socialistas para cabeça-de-lista por Coimbra, Vital Moreira, que foi contra a co-incineração e tomou várias posições públicas contra a ideia defendida por José Sócrates. Resta-nos pois esperar encarecidamente que Vital Moreira consiga usar da postura de lucidez e responsabilidade a que nos habituou, para alertar os seus camaradas socialistas de que não é altura para brincar às fogueiras.
:: enviado por JAM :: 12/21/2004 11:23:00 da manhã :: início ::
1 comentário(s):
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Isto do politicamente correcto de agradar a todos não leva a lado nenhum.De mfc, em dezembro 22, 2004 2:54 da manhã
A multiplicação dos pães não existe.
Há que optar e optar com clareza.