segunda-feira, dezembro 27, 2004
Umberto Eco e a ideia de Beleza
O romance O Nome da Rosa, expressão usada na Idade Média para denotar o infinito poder das palavras, elevou o escritor e professor italiano Umberto Eco à categoria de best-seller devido à sua trama quase policial, nos moldes de um 007 medieval. Duas décadas depois, acabou de ser lançado em Portugal o luxuoso História da Beleza, com 17 capítulos prefaciados pelo professor da Universidade de Bolonha, nove escritos por ele e os restantes por Girolamo de Michelle. O tom professoral mas simpático, aliado à profusão de ilustrações, que vão desde figuras pré-históricas às cobiçadas imagens dos calendários da Pirelli, garante-lhe um lugar de destaque na mesa da sala de estar.
Nesta obra, Eco procura demonstrar como as diferentes concepções de beleza evoluem e se repetem em diferentes épocas e lugares. Explica-se, por exemplo, a mudança da visão que se tem do homem e da mulher, dos mitos lendários Vénus e Adónis, aos mitos da comunicação, como Monica Bellucci e Arnold Schwarzenegger.
Os textos são pontuados por trechos de obras célebres de filósofos e estetas de todos os tempos, como Eurípedes, Jagger, Picasso, Kant, Warhol, Nietzsche, Marilyn, Kafka, Barthes, Brando, Rimbaud, Garbo ou Shakespeare. Umberto Eco apelou, uma vez mais, à sua aparentemente inesgotável erudição para tecer este magnífico exemplar de leitura obrigatória.
:: enviado por JAM :: 12/27/2004 01:43:00 da tarde :: início ::
1 comentário(s):
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O essencial do belo é eterno.De mfc, em dezembro 27, 2004 7:45 da tarde
As subtilezas que o adornam é que mudam.