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quarta-feira, fevereiro 23, 2005

As três esquerdas

Como era de esperar, a primeira grande fonte de discórdia na nova maioria de esquerda vai ser a mudança do ordenamento jurídico da prática da Interrupção Voluntária da Gravidez. Porque se trata de uma questão delicada, que assenta sobre os três pilares da moral, da religião e da lei, as três esquerdas parlamentares têm sobre ela estratégias e propostas bem distintas.
Segundo o líder do PCP, os comunistas concordam com alterações à actual Lei do Aborto, mas por via parlamentar, dispensando o referendo e propondo que se faça uma Lei que corresponda aos interesses das mulheres portuguesas. Ontem, no final da audiência com Jorge Sampaio, o dirigente bloquista Francisco Louçã considerou que a realização do referendo sobre a despenalização do aborto deve ser uma das prioridades do novo primeiro-ministro, de preferência, até ao início de Julho.
Quanto ao PS, apesar de ter o novo referendo sobre a IVG consignado nas suas bases programáticas, ainda não se pronunciou sobre a sua oportunidade. Por enquanto, prioridades mais altas se levantam...
Cá por mim, palpita-me que vão, de novo, ganhar as hipocrisias da falsa moral e as mulheres vão continuar por mais uns tempos a recorrer à prática de abortos inseguros e clandestinos ou a deslocarem-se a outros países, onde a lei não é proibitiva, para o fazerem em condições higiénicas, sanitárias e médicas adequadas.

:: enviado por JAM :: 2/23/2005 12:32:00 da tarde :: início ::
3 comentário(s):
  • Segundo a Constituição Portuguesa,os cidadãos portugueses recenceados podem ser chamados a pronunciar-se directamente, através de referendo,por decisão do Presidente da Republica,mediante proposta da Assembleia da Republica ou do Governo(art.115-1).
    O referendo pode ainda resultar da iniciativa de cidadãos dirigida à Assembleia da Republica(art.115-2).
    Nada na lei diz que o referendo é obrigatório para o que quer que seja relacionado com a interrupção voluntária da gravidez.
    Bem...a não ser que o BE seja o tal grupo de cidadãos!!!E,pelos vistos...o PS também!!!
    PILATOS não faria melhor!!!

    De Anonymous Anónimo, em fevereiro 23, 2005 5:46 da tarde  
  • Segundo a Constituição Portuguesa,os cidadãos portugueses recenceados podem ser chamados a pronunciar-se directamente, através de referendo,por decisão do Presidente da Republica,mediante proposta da Assembleia da Republica ou do Governo(art.115-1).
    O referendo pode ainda resultar da iniciativa de cidadãos dirigida à Assembleia da Republica(art.115-2).
    Nada na lei diz que o referendo é obrigatório para o que quer que seja relacionado com a interrupção voluntária da gravidez.
    Bem...a não ser que o BE seja o tal grupo de cidadãos!!!E,pelos vistos...o PS também!!!
    PILATOS não faria melhor!!!

    De Anonymous Anónimo, em fevereiro 23, 2005 5:47 da tarde  
  • O referendo do aborto tem que ser bem preparado. A questão tem que ser despolitizada ao máximo. E deve-se tentar usar da pedagogia e da tolerância. Não se pode correr o risco de voltar a perder.

    Aquando do primeiro referendo, houve muita gente ( e estou a falar, por ex de estudantes universitários) que form votar no referendo sobre a "liberalização" do aborto e não sobre a "despenalização". Isto aconteceu, penso eu por culpa de uma excessiva politização (esquerda/direita+ católicos) e de pouca pedagogia.

    tem de ser diferente desta vez. Nem que para isso tenha que se esperar mais uns meses.

    De Blogger Sacha, em fevereiro 23, 2005 6:28 da tarde  
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