sábado, fevereiro 05, 2005
L'état c'est moi
Desde esses tempos remotos em que reis absolutistas consideravam que o estado era a sua pessoa, evoluímos no sentido de devolver a cada cidadão a sua quota parte de responsabilidade na organização da res publica. O que é curioso é que os nossos políticos reforçam, a cada intervenção, a ideia de que o Estado é uma entidade independente das pessoas.
No recente lado a lado entre Santana Lopes e José Sócrates, ouvimos esta afirmação:
“Aumentar a idade da reforma, sim, porque a idade média de vida aumentou. Antes, o Estado financiava só cinco anos, em média, de aposentação. Agora, financia quinze.”[Santana]
O Estado? Mas quem é que financia? Quem financia são os que trabalham e descontam. Ou será que o Estado tem outras fontes de rendimento que eu desconheça? Pagar impostos e descontar para as estruturas de apoio social é a forma que todos temos de dizer que queremos viver num estado civilizado. E será que não há outras soluções? As respostas são sempre as erradas se não se fizerem as boas perguntas.
Tanto quanto eu sei, nesta coisa das reformas, há vários intervenientes. Não têm uma palavra a dizer? Então os ganhos em longevidade são para ser “comidos” pelo avanço da idade de reforma? E os trabalhadores não têm direito a uma palavra? E os 11% que se desconta para a reforma, são um dos Dez Mandamentos? E os empregadores quererão ter gente a trabalhar até aos 75 anos? Assim voltaríamos aos tais 5 anos, os tais do "antes" que é o tempo da outra senhora, claro está!
Na realidade temos um problema grave. Como já referi noutro Post, isto de os nossos políticos só conseguirem sonhar com o passado começa a irritar-me.
Leia o texto integral do debate, publicado pelo Expresso.
No recente lado a lado entre Santana Lopes e José Sócrates, ouvimos esta afirmação:
“Aumentar a idade da reforma, sim, porque a idade média de vida aumentou. Antes, o Estado financiava só cinco anos, em média, de aposentação. Agora, financia quinze.”[Santana]
O Estado? Mas quem é que financia? Quem financia são os que trabalham e descontam. Ou será que o Estado tem outras fontes de rendimento que eu desconheça? Pagar impostos e descontar para as estruturas de apoio social é a forma que todos temos de dizer que queremos viver num estado civilizado. E será que não há outras soluções? As respostas são sempre as erradas se não se fizerem as boas perguntas.
Tanto quanto eu sei, nesta coisa das reformas, há vários intervenientes. Não têm uma palavra a dizer? Então os ganhos em longevidade são para ser “comidos” pelo avanço da idade de reforma? E os trabalhadores não têm direito a uma palavra? E os 11% que se desconta para a reforma, são um dos Dez Mandamentos? E os empregadores quererão ter gente a trabalhar até aos 75 anos? Assim voltaríamos aos tais 5 anos, os tais do "antes" que é o tempo da outra senhora, claro está!
Na realidade temos um problema grave. Como já referi noutro Post, isto de os nossos políticos só conseguirem sonhar com o passado começa a irritar-me.
Leia o texto integral do debate, publicado pelo Expresso.