terça-feira, março 08, 2005
Dia Internacional da mulher
Nos países desenvolvidos, o retrocesso nas políticas sociais, a precariedade no trabalho e a perda de direitos, fruto do discurso neoliberal e da ineficiência do Estado, atingem de forma especial as mulheres. O sexismo mantém-se como uma força ideológica, apesar do discurso oficial da igualdade. A exclusão das mulheres dos lugares de decisão política verifica-se na esmagadora maioria dos países e das forças políticas. A paridade, mesmo quando surge no papel, raramente é alvo de medidas para passar à prática. O Governo português, recentemente criado, é disso um exemplo flagrante.
A violência doméstica ganha visibilidade e faltam as casas abrigo, e as linhas de atendimento e de acompanhamento das mulheres. Fala-se de direitos sexuais e reprodutivos como direitos humanos, mas faltam as medidas para implementar a educação sexual nas escolas. A contracepção de emergência não está activada nos centros de saúde e a informação não existe. É preciso renovar o debate público sobre a despenalização do aborto. As mulheres que abortam de forma insegura e clandestina continuam a sentir a hipocrisia dos políticos no poder.
Em suma, é preciso defender, com lucidez, uma verdadeira emancipação da humanidade, que é constituída por homens e mulheres.
:: enviado por JAM :: 3/08/2005 12:37:00 da manhã :: início ::