sexta-feira, março 11, 2005
Socialismo do século XXI
O maior inimigo de George W. Bush não é iraniano, nem norte-coreano, nem sírio. Chama-se Hugo Chávez e é o actual presidente da Venezuela. O seu projecto é libertar a América latina, pela construção duma força de esquerda capaz de contrabalançar o imperialismo e o capitalismo imposto pelo seu inimigo número um. O objectivo é fundar um novo modelo de socialismo, baseado na “revolução do petróleo”, que consiste em transformar o dinheiro do petróleo em habitações, maquinas agrícolas e em tudo aquilo que os petrodólares possam comprar e que faça falta aos mais pobres.
Estrategicamente, segundo o anúncio feito esta semana em Paris, Hugo Chávez pretende ir mais longe do que a já criada aliança energética Petrosur, e criar ainda uma cadeia de televisão (Telesur), alternativa à CNN, e um fundo monetário sul-americano, como contrapeso à hegemonia do FMI.
Trata-se duma verdadeira força alternativa que o presidente Chávez quer criar na América latina, em defesa dum mundo multipolar socialista, contra o modelo bipolar capitalista. Segundo ele, não se trata de copiar nenhum modelo anterior de socialismo, mas sim de inventar um novo modelo que possa responder às grandes preocupações do nosso tempo.
:: enviado por JAM :: 3/11/2005 02:37:00 da tarde :: início ::
2 comentário(s):
-
Se a "revolução do petróleo"não se "globalizar"estaremos na mesma,ou seja, de um lado os que têm petróleo,do outro os "apetróleos"!!!De , em março 11, 2005 7:57 da tarde
De qualquer modo trata-se de uma "viela"que se abre rumo à "auto-estrada" da luta contra o capitalismo.Mas que não chega...!!! -
EUA apertam o cerco em tornoDe , em março 11, 2005 9:31 da tarde
da Venezuela
POR LÍDICE VALENZUELA — especial para o Granma Internacional
DEPOIMENTOS recentes de funcionários do governo de George W. Bush indicam que um sórdido conluio está sendo arquitetado contra a Venezuela e seu presidente Hugo Chávez. Ao que parece, Washington está convencido de que um golpe de estado contra o líder bolivariano não é possível, pois Chávez é apoiado pela imensa maioria do povo e pelos militares.O presidente da Venezuela é uma nova pedra no sapato dos EUA, que fracassou também nas tentativas de derrubar a Revolução cubana e seu líder Fidel Castro, contra o qual se organizaram várias opções de assassinato sem sucesso.Mesmo como pretenderam fazer sucessivas administrações estadunidenses contra a Revolução cubana, durante 46 anos, agora os projetos da Casa Branca para a América Latina estão enveredados contra a Revolução Bolivariana e o exemplo que ela representa para o restante da comunidade latino-americana.Só que agora não são só Cuba e a Venezuela. Agora integram-se também o Brasil, Argentina e Uruguai, além de importantes movimentos progressistas ou da esquerda em países como a Bolívia e o Equador.Quer dizer, também não na América Latina o chamado senhor das guerras tem tudo a seu favor, apesar de que não são poucos os governos que ainda dependem virtualmente dos Estados Unidos para sobreviverem, tendo em consideração o endividamento brutal ao qual a própria nação nortenha os têm submetido durante décadas com seus planos econômicos neoliberais.Há pouco, o presidente Chávez denunciou que foi condenado à morte pelos EUA, pois sabem, precisou, que não há possibilidades dum golpe de Estado, pois, se acontecer, seria organizado e dirigido pela própria administração norte-americana.Sabe-se que o plano contra Chávez, em abril de 2002, foi planejado pela embaixada estadunidense em Caracas, projeto que fracassou quando o povo devolveu o presidente ao Palácio de Miraflores, em menos de 72 horas, após ter sido seqüestrado por um grupelho oposto.«O primeiro responsável por qualquer atentado contra minha vida será o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush», afirmou Chávez no programa Aló Presidente.O líder bolivariano alertou sobre as recentes e ameaçadoras declarações de funcionários da direita da administração ianque, entre elas, a da nova secretária de Estado, Condoleezza Rice, que em janeiro passado considerou a Venezuela como uma «influente força negativa» no âmbito latino-americano.Por outro lado, o subsecretário de Estado norte-americano para a América Latina, Roger Noriega, afirmou à rede CNN em espanhol, em 13 de fevereiro passado, que «é motivo de preocupação dos nossos parceiros nas Américas e também para o povo da Venezuela» a aquisição por Caracas de 100 mil fuzis de ataque AK-47 e e de 40 helicópteros na Rússia».Perante tais acusações, vários dirigentes da Revolução bolivariana afirmaram que a Venezuela não está imersa em uma corrida armamentista e muito menos contra os Estados Unidos, mas lembraram que Washington se recusa a vender-lhe peças de reposição para os aviões de combate F-16, por tal motivo têm de comprar aviões Mig na Rússia e Tucano, no Brasil.Dias depois, Chávez insistiu na denúncia e lembrou o falecido presidente do Panamá, Omar Torrijos, quem morreu em circunstâncias estranhas quando o avião em que viajava caiu, sem existir, até agora, uma conclusão convincente do suposto acidente.O vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, também se referiu àqueles que tentaram minimizar as denúncias do presidente, e disse que ninguém pode exigir provas da possibilidade do magnicídio, e que o governo venezuelano não desejaria apresentar o cadáver de Chávez como evidência da conspiração.O ministro das Comunicações e Informação da Venezuela, Andrés Izarra, alertou sobre a política de desinformação contra seu país, com o apoio da mídia internacional e de jornais locais, com o objetivo de desestabilizar o governo.Izarra advertiu que meios norte-americanos publicam dados falsos e acusam sem fundamentos o executivo dirigido por Chávez. «Concluímos», disse, «que há uma campanha ou guerra suja contra a Revolução bolivariana». E afirmou que 84% das fontes de informação aparecidas nos EUA sobre a Venezuela são de porta-vozes de partidos da oposição. E só 16% são de fontes oficiais.O ministro pôs como exemplo várias notícias espalhadas pela rede Fox de televisão intituladas: «O punho de ferro de Hugo Chávez», enquanto outros jornais, como o The Washington Post, o The Washington Times e o The Miami Herald estimulam a mentira contra a Venezuela para justificarem, precisou, uma intervenção em nosso país.O The Washington Post publicou que a Casa Branca «implementará uma campanha na América Latina, para instar os países amigos a reconsiderarem as relações com o senhor Chávez para se pronunciarem contra seu domínio autoritário e antidemocrático», adjudicando as declarações a um funcionário da Casa Branca que não identificou.Com sua conhecida retórica e métodos intervencionistas, os Estados Unidos voltam a mostrar suas intenções contra um governo eleito pelo povo (não esquecer Jacobo Arbenz na Guatemala e Salvador Allende, no Chile). Só que nesta ocasião a história é outra e outras são as gerações de latino-americanos.