BRITEIROS: A nova padeira de Aljubarrota (e, ainda por cima, loura) <$BlogRSDUrl$>








quinta-feira, março 10, 2005

A nova padeira de Aljubarrota (e, ainda por cima, loura)

A directora da revista de domingo do JN, Isabel Stilwell, deu, no domingo passado, largas à sua “loirice”. Não basta ser inteligente (e eu nem sei se a senhora o é...), é necessário que também se pareça sê-lo... e não é o caso. A sra. directora esteve “uma semana rodeada de nuestros hermanos”, como ela conta, e foi o suficiente para pôr em letra de forma cobras e lagartos sobre eles. “A principal conclusão é a de que realmente é uma felicidade não sermos espanhóis”, começa por dizer a senhora. E depois expõe os porquês. A saber: “O castelhano é uma lingua de trapos e quando + de 2 autóctones se juntam, a algazarra é de furar os tímpanos”, “(...) a forma como são capazes de reduzir a farrapos qualquer um dos nossos magnificos vocábulos é de partir o coração”, f ...-se. Mais: “Temos também a questão da boa educação ou, melhor dizendo, das boas maneiras”, c...lho! Segue-se a saúde: “Ao entrar num posto de atendimento, prepare-se para encontrar tudo o que encontra num luso, inclusivamente e sobretudo os médicos e enfermeiros espanhóis (...)” Finalmente, o broche de ouro (da loura e lusa prosa): “Os espanhóis já são assim de pequeninos”. O ideal é ler o artigo todo - esta pérola de lusa e loura cultura é imperdível. Eu cá não sei que mundo tem a senhora, se é ou não saudosista de outra época em que as coisas estavam definidas, pão-pão queijo-queijo, e sabiamos todos desde o berço (e sem nunca lá ter ido) que de Espanha nem bom vento nem bom casamento; se alguém eventualmente lhe paga para escrever estas coisas; se, inclusivé, a senhora é loura natural, platinada, ou usa peruca. O que sei é que este tipo de discurso revela que também a letra impressa muitas vezes se faz eco do pior que o nosso país tem: esta saloice (é o termo!) não é nem de direita (pelo menos de uma direita civilizada, se é que isso existe) nem de esquerda, não é boa nem é má, é ...isso mesmo: a merda onde continuamos a afundar-nos, com a mania que somos ou os maiores ou os mais pequenos, balançando entre o xico-esperto e o zé-povinho.
Que culpa têm os espanhóis de sermos como somos? Não fomos nós que, em 1640, lhes pusémos as malas à porta, vai para 400 anos?!... Pobre país que ainda tem gente desta a dirigir uma revista de um jornal sério. Se isto é ser português, eu cá, como o Almada Negreiros, quero ser espanhol.
P. S.: Peço desculpa ao Fernando Rocha (esse outro português que não sei se hei-de incluir na ínclita geração ou na geração rasca) pela utilização de 2 dos “magnificos vocábulos” que já são a sua imagem de marca. Espero tê-los usado com propriedade.


:: enviado por Manolo :: 3/10/2005 09:24:00 da tarde :: início ::
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