quinta-feira, abril 14, 2005
O jogo perigoso de Pequim
© Desenho de Stephff – The Kuwait Times
Só que nada justifica o desenvolvimento do nacionalismo chinês ligado unicamente às questões do passado. A verdadeira explicação descobre-se nas palavras do 1° ministro chinês, Wen Jiabao, numa conferência de imprensa, há dias, na India, em que declarou que “só uma nação respeitadora da História, reconhecedora das suas responsabilidades históricas e inspiradora da confiança dos povos asiáticos e do mundo, poderia assumir as maiores responsabilidades no seio da comunidade internacional”.
Para bom entendedor, é quanto basta para compreender que o regime chinês provocou toda esta tempestade só para boicotar a candidatura do Japão a um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.
:: enviado por JAM :: 4/14/2005 09:18:00 da manhã :: início ::
3 comentário(s):
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Isto é miopia ou má-fé ? Então não querem lá ver que foi o governo da R.P. da China, os terríveis comunistas, que engendraram a invasão japonesa da sua terra, prepararam as vítimas dos massacres e do terrorismo do exército japonês, em toda a Ásia, e por último editaram livros escolares no Japão, a branquear a história e a justificar o injustificável...para obstar a entrada do Japão co CSegurança da ONU ?De , em abril 14, 2005 3:54 da tarde
São danados estes comunas ! -
A China está muito mal colocada para criticar os manuais de História japoneses, quando os seus são um modelo de memória selectiva e extremamente manipulada. Os historiadores chineses nunca tiveram oportunidade de analisar seriamente o massacre de Nankin perpetrado pelos japoneses em 1937. Nessa altura a China era dirigida pelo Kuomintang que, pura e simplesmente, ignorou esse episódio, como aliás o reconhecem os responsáveis pelo memorial de Nankin, construído demasiado tarde. Também não vale a pena procurar nos manuais escolares chineses os episódios dolorosos da era maoista, como os 70 mil mortos pela fome na Longa Marcha, a revolução cultural, a morte de Lin Piao, a invasão do Tibete, etc....De JAM, em abril 14, 2005 11:58 da tarde
Tudo isto não tira, em nada, a legitimidade das críticas chinesas em relação aos manuais escolares revisionistas japoneses. Mas, se a China fizesse ou, pelo menos, permitisse que os seus historiadores se debruçassem objectivamente sobre a sua própria História, as suas críticas ao Japão seriam muito mais credíveis e menos suspeitas desta instrumentalização tão evidente. -
É, de facto, extraordinário ver 10 mil estudantes desfilar livremente pelas ruas de Pequim, quando se sabe que qualquer manifestação de rua, na China, é severamente reprimida.De , em abril 15, 2005 10:11 da manhã
Com este precedente, o poder chinês corre o risco de fazer emergir uma força que, caso se organize, poderá um dia virar o feitiço contra o feiticeiro. E era bem feito!...