sexta-feira, novembro 04, 2005

Rabin, vítima da paz

Yitzhak Rabin, cujo nome ficará para sempre associado aos acordos de paz de Oslo, foi assassinado em Tel Aviv no dia 4 de Novembro de 1995 por um extremista judeu. Para muitos, Rabin representava o novo cidadão judeu, nascido nas terras de Israel. Homem de armas, antes de ser homem de paz, ficou na História como herói da guerra e como Prémio Nobel. Pragmático voluntarioso, visou a paz como uma “escolha estratégica”, a melhor das escolhas para os interesses de Israel. Foi um defensor dedicado da discussão com o inimigo, mesmo negociando em posição de força. O destino trágico de Rabin imortalizou-o e transformou-o na pomba de uma paz impossível.
Ao seu assassinato seguiu-se a vitória da direita israelita, a expansão dos colonatos judeus, a construção de novas estradas ligando os territórios ocupados, o cerco progressivo das povoações palestinianas responsável pelo crescimento nos seus habitantes de um verdadeiro sentimento de desespero. A segunda intifada foi, por tudo isso, um acontecimento anunciado...
Ytzhak Rabin costumava dizer que era preciso continuar a negociar como se o terrorismo não existisse e combater o terror com o avanço das negociações.
Shalom Yitzhak!