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quarta-feira, dezembro 07, 2005

Mudar de rosto

Em 1997, o filme “A Outra Face” alcançou um êxito considerável. Nele, um agente especial do FBI trocou o seu rosto pelo de um perigoso terrorista com o objectivo de se infiltrar numa prisão de alta segurança e tentar encontrar pistas que lhe permitissem desactivar um dispositivo explosivo que um criminoso tinha colocado algures em Los Angeles. Ao sair do coma, o terrorista fugiu, com o rosto do agente, o que o obrigou a ter que viver sob uma nova identidade insuportável.
Imaginemos agora uma situação real: uma dentada de um cão arranca-nos o nariz, os lábios, o queixo. Um rosto assustador transparece sob os nossos olhos, a nossa cara doravante desfigurada, irreconhecível, força-nos a usar uma máscara. É então que uma equipa de cirurgiões consegue o feito extraordinário: praticar um transplante que faz com que o que parecia irreparável pareça reparado. Chovem agradecimentos. Gritam-se bravos!
Só que, para além dos subsequentes problemas da possível rejeição, do uso perpétuo de imunosupressores e da falta de garantias de mobilidade e sensibilidade da cara, a paciente vai ter que acrescentar o choque psicológico provocado pelo facto de ter que viver com uma identidade estranha. Assim, após o êxito médico, surge a polémica. Com que direito se fez o transplante? Ter-se-ão medido previamente todos os riscos?
É certo que há muito mais do que técnica e ética associados a esse tipo de operações. Que se passa quando a rejeição psicológica se gera num rosto?

A Leila Couceiro conta mais detalhes desse impressionante transplante de rosto, realizado num hospital francês.
Leia também o filme da operação.

:: enviado por JAM :: 12/07/2005 08:39:00 da manhã :: início ::
2 comentário(s):
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