quinta-feira, março 02, 2006
Apedrejá-los?
Calhou assistir hoje ao debate parlamentar sobre a política externa (de vez em quando tenho destas coisas e resolvo ir ver o que fazem os 230 deputados que elegemos e pagamos). Inevitavelmente, o debate foi parar às caricaturas dinamarquesas. O Prof. Freitas do Amaral acha que é uma questão menor no meio de todos os problemas que afligem o mundo. Não é. Afirmar que temos valores em que acreditamos e de que não abdicamos porque é assim que preferimos viver é meio caminho andado para resolver muitos desses problemas.
Ao ouvir o nosso MNE tive um mau pressentimento: será que os fundamentalistas islâmicos já ganharam? Será que somos governados apenas pelo medo? Será que já pensamos todos (como se dizia antigamente noutro contexto) “antes vermelho que morto”? Porque a postura do Prof. Freitas do Amaral só tem um nome: medo. Medo de ter uma opinião que indisponha quem nos aponta uma arma. Medo de ter uma cultura que, não sendo superior ou inferior, é diferente. Medo de ter uma História que, não sendo positiva ou negativa, faz com que eu prefira mais viver num país ocidental do que numa ditadura religiosa.
E este medo não só não fará com que parem de nos assassinar mas fará ainda com que nem sequer nos respeitem.
Após estas semanas todas de polémica, continuo sem resposta a duas questões muito simples. Primeira: se há que apaziguar o mundo islâmico e “não atear mais a fogueira”, o que sugere o Prof. que se faça aos caricaturistas dinamarqueses e aos directores dos jornais que publicaram os desenhos e que, manifestamente, “deitaram achas para a fogueira”? que os metam, à força, num avião e os enviem para Teerão?
Segunda: se (para além dos limites impostos pela lei e que, por definição, só podem ser avaliados depois de os actos serem praticados) a liberdade de expressão deve ser condicionada pelo “bom senso” e pela “razão”, o que é que o Prof. Freitas do Amaral pretende fazer com quem não é “razoável” ou não tem “bom senso”? Apedrejá-los numa praça pública?
Ao ouvir o nosso MNE tive um mau pressentimento: será que os fundamentalistas islâmicos já ganharam? Será que somos governados apenas pelo medo? Será que já pensamos todos (como se dizia antigamente noutro contexto) “antes vermelho que morto”? Porque a postura do Prof. Freitas do Amaral só tem um nome: medo. Medo de ter uma opinião que indisponha quem nos aponta uma arma. Medo de ter uma cultura que, não sendo superior ou inferior, é diferente. Medo de ter uma História que, não sendo positiva ou negativa, faz com que eu prefira mais viver num país ocidental do que numa ditadura religiosa.
E este medo não só não fará com que parem de nos assassinar mas fará ainda com que nem sequer nos respeitem.
Após estas semanas todas de polémica, continuo sem resposta a duas questões muito simples. Primeira: se há que apaziguar o mundo islâmico e “não atear mais a fogueira”, o que sugere o Prof. que se faça aos caricaturistas dinamarqueses e aos directores dos jornais que publicaram os desenhos e que, manifestamente, “deitaram achas para a fogueira”? que os metam, à força, num avião e os enviem para Teerão?
Segunda: se (para além dos limites impostos pela lei e que, por definição, só podem ser avaliados depois de os actos serem praticados) a liberdade de expressão deve ser condicionada pelo “bom senso” e pela “razão”, o que é que o Prof. Freitas do Amaral pretende fazer com quem não é “razoável” ou não tem “bom senso”? Apedrejá-los numa praça pública?
:: enviado por U18 Team :: 3/02/2006 09:44:00 da tarde :: início ::
1 comentário(s):
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É uma hipótese plausível e amedrontadora esta do medo já estar tomando conta de alguns.De Leila Silva, em março 04, 2006 5:44 da tarde
Muito obrigada pelo link para o meu blog e parabéns por este briteiros. Muito bom mesmo.