BRITEIROS: Para lembrar no 8 de Março... e não só <$BlogRSDUrl$>








quarta-feira, março 08, 2006

Para lembrar no 8 de Março... e não só

Quanto mais não seja, devido ao peso da sua demografia, as mulheres não ocupam ainda suficientes postos de responsabilidade nem têm a representação política e institucional que lhes é devida. A igualdade é teoricamente reconhecida, mas a inércia transformou-a em lápide e fonte de frustração para milhões de mulheres.
Quando se analisam globalmente os salários, constata-se que as diferenças entre homens e mulheres são ainda maiores do que se imaginava. Para além disso, as primeiras vítimas da precariedade laboral são as mulheres e, mesmo nos sectores onde elas são esmagadoramente maioritárias, a sua presença em postos de chefia é exígua.
Há pois que esperar uma evolução das mentalidades, muito embora sem esquecer que o empenho em políticas baseadas em quotas ou em critérios de discriminação positiva pode igualmente conduzir a resultados contrários à justiça e à eficiência. Os postos devem ser para os melhores e os mais adequados, independentemente do sexo e de qualquer outra circunstância pessoal ou social.
O défice de igualdade que ainda se verifica nem sempre é só culpa dos homens. As raparigas obtêm os melhores resultados escolares, mas continuam a escolher profissões “tradicionalmente femininas”, mais mal pagas, e a evitar as formações científicas e técnicas. A maternidade leva-as a escolher empregos a tempo parcial, muitas vezes abaixo das suas capacidades. As diferenças salariais são mais notórias sempre que elas interrompem as suas carreiras para terem e tomarem conta dos filhos.
Mais dignidade para as mulheres implica certamente que as atitudes se devem inscrever numa verdadeira política de igualdade de oportunidades. Para um melhor resultado, as mulheres deverão participar activamente nesse esforço através duma postura cultural que combata os estereótipos reinantes. A igualdade é, não só um factor de justiça, mas também um elemento de progresso social e económico para toda a gente, homens e mulheres. Por isso, a sociedade não pode dar-se ao luxo de desperdiçar o esforço e o talento de uma parte tão importante da sua população.

:: enviado por JAM :: 3/08/2006 11:16:00 da manhã :: início ::
0 comentário(s):
Enviar um comentário