BRITEIROS: Robert Redeker <$BlogRSDUrl$>








sábado, outubro 07, 2006

Robert Redeker

Robert Redeker é um professor de filosofia e ensaísta de Toulouse. Escreveu um artigo no Figaro sobre o Islão. Desde o passado fim-de-semana vive escondido e protegido pela polícia. A mulher e os filhos tiveram de sair de casa e estão dispersos pela França. Um psicopata qualquer lançou-lhe uma fatwa em nome do Islão. Recebe todos os dias ameaças de morte.
Nem sequer me interessa se estou ou não de acordo com o artigo. O que é intolerável é que alguém seja ameaçado de morte e veja a sua vida profissional e privada virada do avesso por exprimir uma opinião.
Por quanto tempo mais vamos ter que aceitar isto? Ou será que a geração do “é proibido proibir” passou de querer a paz para querer que os deixem em paz?

:: enviado por U18 Team :: 10/07/2006 11:55:00 da tarde :: início ::
5 comentário(s):
  • Robert Redeker não é nenhum anjinho. Já há cinco anos se tinha metido numa alhada do género, ao publicar no Le Monde um artigo em que criticava violentamente o Islão. Esse artigo, juntamente com a sua militância de direita e o seu desvairado pró-americanismo, fizeram com que lhe fosse negada, em Janeiro de 2004, a candidatura ao posto de director de programas do Colégio Internacional de Filosofia, criado em 1993 por iniciativa de Jacques Derrida, sob a égide do Ministério da Ciência.
    É evidente que até mesmo os fachos deveriam ter direito a publicar as suas ideias, muito embora os textos publicados, que forem julgadas insultuosas, sejam susceptíveis de cair na alçada dos tribunais. Foi o que aconteceu, por exemplo, com um texto da autoria de Edgar Morin, Sami Naïr e Danièle Sallenave publicado no Le Monde de 4 Junho de 2002, com o título “Israel-Palestina: o cancro”. Os autores desse artigo foram acusados pelas associações Israel-França e Advogados em Fronteiras e foram condenados, por “anti-semitismo”, em 2002. Só em 12 de Julho passado, o Supremo francês anulou esse julgamento.
    Teoricamente, esse tipo de agressões escritas e assumidas publicamente deveriam ser tratadas no âmbito dos tribunais, e não através de fatwas anacrónicas. Mas, quem é que acredita que um qualquer tribunal ocidental seria capaz de condenar Robert Redeker só porque insultou a comunidade muçulmana e lhes chamou “idiotas úteis” e seguidores de um “guerreiro desumano, salteador, carrasco de judeus e polígamo”?

    De Anonymous Anónimo, em outubro 08, 2006 3:11 da tarde  
  • Confesso que até aparecer esta história não sabia quem era o senhor. Numa rápida pesquisa no Google aparece como membro do comité de redacção da revista Temps Modernes (fundada por Sartre e Simone de Beauvoir) e apoiante de Chevènement. Esta gente pode ter muitos defeitos mas nunca ouvi serem acusados de “fachos” …
    Mas nem sequer é isso que interessa. Já li e ouvi opiniões bem piores sobre o Papa e ninguém teve de se esconder ou de ser protegido pela polícia. Porque é que em relação ao Islão há-de ser diferente?
    O que me preocupa aqui é se mesmo um obscuro professor de filosofia é ameaçado de morte por escrever um artigo num jornal de tiragem relativamente pouco importante, amanhã será quem? um anónimo como eu que escreve o que pensa num Blog?
    Asseguro-lhe que não falo com um advogado antes de escrever um texto para o Briteiros. E espero que, numa sociedade democrática, nunca tenha de o fazer. Também não espero ter que pedir ajuda ao Corpo de Intervenção.

    De Blogger U18 Team, em outubro 08, 2006 4:42 da tarde  
  • • A questão que eu queria salientar não era se o senhor é facho ou não. Admito que não seja. O que eu escrevi foi que até os fachos devem poder publicar as suas ideias. Desde que não agridam gratuitamente os outros. Aí deverão preparar-se para as consequências. Até o Zidane, que para muita gente é quase Deus, se viu obrigado a reagir à cabeçada perante o que sentiu como um insulto verbal inadmissível. Atenção: não pretendo defender, nem o Zidane, nem os loucos que ameaçaram de morte o infeliz filósofo. A questão que eu queria levantar é qual deverá ser a reacção mais correcta (e eficaz) para lavar a honra, sem ter que recorrer à – mais que condenável – violência?

    De Anonymous Anónimo, em outubro 08, 2006 6:42 da tarde  
  • De Blogger JAM, em outubro 08, 2006 8:30 da tarde  
  • Creio que estamos de acordo sobre o essencial.
    Caro jorge: a questão que coloca é interessante e só me ocorre uma resposta: a inteligência. O insulto é um conceito subjectivo e aceitar a violência como resposta é abrir um caminho que tornaria praticamente impossível qualquer relação humana. Para pegar no seu exemplo, o Zidane reagiu de uma forma primária ao que considerou um insulto (em italiano não é grande coisa como insulto). Teria sido muito mais inteligente se, em vez da cabeçada, tivesse fintado 3 italianos e marcado um golo. A vingança teria mais sabor. No caso dos muçulmanos (ou qualquer outra religião, país, grupo, etc.) creio que seria muito mais inteligente demonstrar pelas ideias o quanto estão errados aqueles que criticam o Islão do que ameaçá-los de morte.

    De Blogger U18 Team, em outubro 08, 2006 9:08 da tarde  
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