quarta-feira, novembro 08, 2006
Um livro pode ser um bom amigo... ou não.
A vaidade é uma coisa... Hoje em dia não há bicho-careta que apareça na TV que não queira também aparecer nas livrarias como escritor. Desde os fenómenos de circo dos reality-shows até aos pivots dos telejornais, passando por apresentadores/as vários/as, já não lhes basta aparecerem nos écrans, precisam também de se afirmar através da palavra escrita e não só em jornais e revistas, mas agora também em livros, designadamente em romances. Cá por mim, devo dizer que a vida é demasiado curta para arriscar perder o meu rico tempo e o meu rico dinheiro, ambos bastante escassos, comprando e lendo os livros que essa gente publica. Em princípio, não tenho nada contra o facto de eles escreverem e publicarem ― de boas intenções está o Inferno cheio e pode até ser, quiçá, que algum deles tenha realmente talento para a escrita. Tenho, sim, contra aqueles que, sabendo-se analfabetos de pai e mãe, têm o desplante, a lata, de exibir, também por escrito e com capas e lombada, a sua indigência mental, contribuindo para debilitar os cérebros de quem os lê, para o derrube de mais algumas árvores e para as carradas de lixo que produzimos todos os dias. Mas não há nada a fazer, uma vez que a censura está naturalmente fora de questão e é o mercado que dita as suas leis: se há oferta é porque há procura. É, de facto, uma pena que esta gente dispute com os bons livros as montras e as prateleiras das livrarias e das secções dos hiper-mercados onde se vendem livros, que concorra com os bons autores para ver quem vai preencher/ocupar o nosso tempo e levar o nosso dinheiro. Para isto (como para tudo) só há uma solução: temos de saber escolher (em latim, elegere...).
:: enviado por Manolo :: 11/08/2006 10:27:00 da tarde :: início ::
1 comentário(s):
-
Tens razão numa parte... a parte onde dizes que certas pessoas são analfabetas mas mesmo assim insistem em escrever livros.De , em novembro 09, 2006 1:02 da tarde
Mas existem outros, que não sendo analfabetos, tambem insistem em escrever livros! Um exemplo é o Carlos Cus! Escreveu um livro chamado "Preso 204" (ou qualquer coisa assim) pela mesma editora do Miguel Sousa Tavares (Oficina do Livro).
Acho que não tens razão noutra parte...
A parte onde dizes, implicitamente, que a escrita deve ser exclusiva da classe intelectual. Dos que escrevem bem!
Não concordo.
A escrita, a pintura, a música, tal como o desporto, devem ser praticados por quem assim o quiser e não apenas por aqueles que são muito bons.
Tambem não concordo com o facto desses livros não servirem para nada! E de ser uma perda de tempo e dinheiro investir nesse tipo de literatura. Mais do que: há gostos para tudo, é o : á alturas para tudo!
Pode-se ler Saramago, Lobo Antunes... e entremear com o livro mais "pimba".
Mas isso sou eu..