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quinta-feira, dezembro 21, 2006

Os esbirros do coronel

Depois da indemnização das vítimas do atentado de Lockerbie, da cooperação com os serviços secretos ocidentais e da renúncia da arma nuclear, o coronel Kadhafi acha que já fez suficientes gestos de boa vontade para com os países ocidentais.
Não é pois de estranhar que as cinco enfermeiras búlgaras e o médico palestiniano tenham sido mais uma vez condenados à morte, apesar de se saber sobejamente que as confissões que fizeram foram extorquidas sob tortura, que não restam dúvidas de que não são eles os responsáveis pela epidemia de sida que atingiu as mais de 400 crianças de Benghazi e que a mais que provável causa do problema foram as deficientes práticas higiénicas dos hospitais locais.
Os seis têm agora sessenta dias para apelar para o Supremo. Entretanto, a questão que se põe é a seguinte: estará o coronel Kadhafi disposto a fazer mais um gesto de boa vontade? Talvez. Mas, para isso, vão ser precisas duas coisas: primeiro, que a diplomacia europeia tome o lugar da sociedade civil; segundo, que surja algum elemento novo no processo, que permita ao coronel não perder a face.
Por isso aponta-se como uma possível solução para anular as seis condenações à morte, que a Europa se disponha a abrir os cordões à bolsa e a indemnizar as famílias das crianças contaminadas, reconhecendo ao mesmo tempo que foi o embargo ocidental contra a Líbia o responsável por essa contaminação.
Ou seja, se a Bulgária, ou a própria União Europeia, aceitar pagar 10 milhões de euros a cada família das crianças mortas ou portadoras da sida, as búlgaras e o palestiniano não serão fuzilados. Por coincidência, a soma total desse pagamento corresponde ao montante das indemnizações pagas pela Líbia às famílias das vítimas de Lockerbie.

:: enviado por JAM :: 12/21/2006 12:04:00 da manhã :: início ::
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