quinta-feira, março 29, 2007
"Amor é latifúndio, sexo é invasão"
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Trabalho?!...O trabalho, pelo menos na tradição judaico-cristã, é suposto ser penoso, não prazeiroso como o sexo: Adão e Eva foram condenados a ganhar o pão com o suor dos seus rostos por terem comido a maçã da sabedoria – como, em tradições anteriores, Prometeu tinha sido condenado por roubar o fogo dos deuses... e Ícaro por ter querido elevar-se aos céus…
Cultura ?!...Sexo também é cultura, claro – basta lembrarmo-nos do "Kama Sutra" ou de “O amor é fodido” do MEC. Mas o sexo é primordial, vital, vem dos confins dos tempos e para os confins do tempo vai, etc, etc… e, convenhamos, não será em boa parte a cultura uma forma de sublimar o sexo?
Lazer?!...Bom, lazer vai desde beber umas cervejolas e entrar num campeonato de arroto até, sei lá, ler “O amor é fodido” (passe a publicidade ao MEC).
Nem sequer temos direito a "PRAZER"?
A que vem agora este puritanismo, não sei. Sei, sim, que, não fôra o sexo, nenhum de nós por aqui andava. Sei que, pelo menos desde Freud, a importância do sexo é inegável. Sei que, depois de Freud, Willem Reich alertou, em “Escuta, zé-ninguém” e “ A função do orgasmo” para as consequências nefastas da repressão sexual. A própria Igreja Católica Apostólica Romana, castradora como sempre foi, teve de engolir o sexo (…), porque, afinal de contas, ele é a única forma conhecida de fazer bebés e, assim, assegurar a continuidade do rebanho. Queremos nós ser mais papistas do que o Papa?
Vocês, não sei, mas eu confesso que, como disse um dia Woody Allen, o cérebro é o meu segundo órgão preferido.
:: enviado por Manolo :: 3/29/2007 09:23:00 da tarde ::
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