sábado, março 03, 2007
O Medo
O primeiro ministro não rem medo de manifestações. Ali, valente, agarrado à roda do leme, arrostando com a tormenta e levando a seu porto a grande nau da nação. Ninguém compreenderia que fosse de outra maneira, não se é eleito para que tudo fique na mesma. Este primeiro é que vai dar rumo a isto...
Disse alguém que somos um povo dócil. É verdade. Em que país do mundo é que uma manifestação de 150000 pessoas seria tão pouco policiada? Niguém quer meter medo ao primeiro ministro. No entanto andará mal se para além de valente for também surdo.
Que o partido que já foi de Alegre, Soares e Guterres se transforme num partido da arrogância e do autismo, Armani alma gémea da ala direita do PPD, é que não é aceitável. Claro que o primeiro é tão valente que não teme sequer a oposição interna. Com a velha guarda reformada ou enviada para a gaiola dourada de cargos internacionais, com a primeira e segunda linha do partido ocupadas no governo e nos muitos cargos de empresas públicas, institutos e direcções várias, que sobra? Sobra uma terceira linha de quotas, louras e cacarejantes, acotovelando-se para ver quem melhor esganiça a voz no templo da democracia. Do lado da assembleia da república também Sócrates não tem que ter medo. É assim que, do medo de perder e da ambição de ganhar, se projectam os silêncios e as cumplicidades.
Claro que ninguém se atreverá nunca mais a sugerir férias no Quénia. O último que se atreveu sabemos bem o que lhe aconteceu...
Disse alguém que somos um povo dócil. É verdade. Em que país do mundo é que uma manifestação de 150000 pessoas seria tão pouco policiada? Niguém quer meter medo ao primeiro ministro. No entanto andará mal se para além de valente for também surdo.
Que o partido que já foi de Alegre, Soares e Guterres se transforme num partido da arrogância e do autismo, Armani alma gémea da ala direita do PPD, é que não é aceitável. Claro que o primeiro é tão valente que não teme sequer a oposição interna. Com a velha guarda reformada ou enviada para a gaiola dourada de cargos internacionais, com a primeira e segunda linha do partido ocupadas no governo e nos muitos cargos de empresas públicas, institutos e direcções várias, que sobra? Sobra uma terceira linha de quotas, louras e cacarejantes, acotovelando-se para ver quem melhor esganiça a voz no templo da democracia. Do lado da assembleia da república também Sócrates não tem que ter medo. É assim que, do medo de perder e da ambição de ganhar, se projectam os silêncios e as cumplicidades.
Claro que ninguém se atreverá nunca mais a sugerir férias no Quénia. O último que se atreveu sabemos bem o que lhe aconteceu...