sexta-feira, abril 27, 2007
Uma lágrima para Rostropovitch
9 de Novembro de 1989. Um homem, sexagenário, senta-se numa cadeira, ao pé do muro, com o seu violoncelo e põe-se a tocar uma suite de Bach. O muro que separa Berlim está a cair aos bocados. O homem do violoncelo chama-se Rostropovitch. Esta sua imagem, junto do muro, é uma das imagens mais extraordinárias do século XX .Homem de convicções, grande amigo dos dois compositores mais criticados por Estaline — Prokofiev e Shostakovich —, recebeu também em sua casa, em Setembro de 1970, o escritor dissidente Aleksandre Soljenitsine e não hesitou em defender a sua causa, o que o fez cair em desgraça na URSS e o obrigou a exilar-se. Privado da nacionalidade soviética, instalou-se na Europa com a esposa, a célebre soprano Galina Vishnevskaya e tornou-se cidadão do mundo dando concertos em todas as capitais do Ocidente. Só em 1990 voltou ao seu país natal.Mstislav Rostropovich morreu hoje, aos 80 anos, após doença prolongada. Diz-se que quando um violoncelo se cala, o mundo fica silencioso e algo muda imperceptivelmente. É a música que está hoje de luto de um dos seus mais prestigiosos concertistas.
:: enviado por JAM :: 4/27/2007 09:47:00 da tarde :: início ::
1 comentário(s):
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Soube por vocês, hoje de manhã. Obrigada.De , em abril 28, 2007 10:41 da tarde