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terça-feira, maio 29, 2007

As eleições espanholas

Não é fácil tirar conclusões globais dos resultados das eleições autárquicas num país tão plural, tão dividido e tão complexo como é a Espanha. A primeira observação diz-nos que os dois grandes partidos — PSOE e PP — obtiveram quase o mesmo número de votos, com uma diferença favorável aos populares. Mas, de facto, ambos ganharam — O PSOE em municípios, o PP em votos — e ambos perderam — sobretudo porque a abstenção aumentou.
Na prática, estas eleições demonstraram que, por um lado, os populares ganharam terreno em relação a 2003 e, por outro lado, os socialistas não o cederam assim tão facilmente porque ainda foram capazes de arrebatar ao PP um bom número de municípios, mesmo se nalguns casos foi preciso fazer alianças. Trata-se por isso de um cenário preocupante para ambos os partidos, mas mais para aquele que governa há apenas três anos: um desgaste de votos tão grande não é um bom presságio para quem deseja manter-se no poder.
O governo de Zapatero caiu na armadilha que lhe estendeu o PP de Rajoy. Em vez de ventilar a boa marcha da economia e o progresso evidente em Espanha, deslustrou-se a debater a luta contra o terrorismo de uma forma ambígua. E depois, escolheu para Madrid dois candidatos — Simancas e Sebastián — que não tinham quaisquer hipóteses de ganhar. Ora ganhar em Madrid é meio caminho para ganhar em Espanha. Madrid é o centro político, mediático, administrativo, judicial, económico e financeiro do país. Se eu fosse Zapatero estaria muito preocupado porque esta tendência sem matizes na capital pode muito bem repetir-se dentro de alguns meses nas legislativas. E seria pena porque Zapatero nada tem a ver com o seu correligionário José Sócrates.

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:: enviado por JAM :: 5/29/2007 07:39:00 da tarde :: início ::
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