quarta-feira, maio 16, 2007
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Pereira e Costa, Lda.
Rui Pereira acabou de decretar a morte política do Tribunal Constitucional. Nomeado há menos de dois meses para um mandato de nove anos, o jurista bate com a porta para integrar o Governo como ministro da Administração Interna. Isto depois de ter insistido com José Sócrates durante semanas para fazer parte da short list do PS para aquele órgão, afastando assim nomes como Vitalino Canas. Pereira lá entrou, mas não conseguiu o seu objectivo, que era chegar a vice-presidente do TC, para, numa lógica de médio prazo, vir a presidir ao órgão. Rui Pereira, recorde-se, já tinha sido hipótese para Procurador-Geral da República, proposto por Sócrates, numa tentativa de remover Souto Moura antes do prazo de validade. Na altura, Jorge Sampaio impediu que as intenções do PS se concretizassem.
Já António Costa prova a sua vocação para salva-vidas do secretário-geral. Em três anos é cabeça de lista ao Parlamento Europeu e larga Estrasburgo para vir para o Governo, como seu número dois. Agora larga o MAI para ir para os Paços do Concelho, evitando mais uma derrota política de Sócrates. O País soma e segue.
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Uma séria machadada no Tribunal Constitucional
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Rui Pereira, ao fazer o que fez e como o fez, afectou gravemente a dignidade do TC. O primeiro-ministro, José Sócrates, ao impulsionar este enorme erro institucional, atestou a verosimilhança das teses acerca da promiscuidade entre esse Tribunal e os meandros da politiquice partidária. Comprovou-se que o supostamente importante cargo de Juiz Conselheiro do TC, para alguns, não passa de uma antecâmara aborrecida para os lugares que verdadeiramente valem a pena.
Mas, quem pensa assim, nunca deveria ter aceite ser juiz...
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O acesso às carreiras mais altas da função pública vai deixar de exigir licenciatura aos candidatos. Esta é uma das novidade do novo regime de vínculos, carreiras e remunerações que se encontra em fase final de negociação e que deverá dar entrada na Assembleia da República até final de Junho de modo a entrar em vigor em Janeiro do próximo ano.
O engenheiro licenciado José Sócrates já não tem que se preocupar com a qualidade do seu “diploma”...