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quarta-feira, maio 16, 2007

Nunca vão para um hotel em que Chirac seja o gerente


Comemorações da abolição da escravatura, Jardim do Luxemburgo - Paris, 10 de Maio de 2007

Quando era novo e o dinheiro escasseava ainda mais que hoje, estive uma vez num desses hotéis de categoria indefinida em que o gerente se desfazia em desculpas por problemas de que só muito remotamente poderia ser culpado – falta de electricidade na região, cortes no fornecimento de água – mas que nunca aparecia ou respondia vagamente e de forma insatisfatória quando havia problemas que lhe diziam directamente respeito – má qualidade da comida, sujidade nos quartos.
Lembrei-me desta história no dia em que Chirac deixa a presidência francesa. E lembrei-me porque Chirac passou 12 anos de presidência a pedir desculpa pelo esclavagismo; pelo regime de Vichy; pela guerra na Argélia; pelo massacre em Madagáscar; pelas deportações de judeus; pela condenação de Dreyfus e, que eu saiba, Chirac nunca teve escravos, não foi membro do governo de Vichy, não comandou a guerra na Argélia, não matou ninguém em Madagáscar, não deportou nenhum judeu e não meteu Dreyfus na prisão.
Por outro lado, pelas trafulhices dos empregos fictícios para os seus amigos; pelas contas ocultas no estrangeiro; pelos 7 milhões de pobres em França; pelos 2 milhões de desempregados; pela Divida Publica gigantesca; pela estagnação da economia; pelo impasse político da UE; pelos problemas dos subúrbios; pela política africana de apoio a assassinos, nunca se lhe ouviu um pedido de desculpas ou algo que se parecesse com uma justificação.
Chirac foi um presidente extremamente eloquente a pedir desculpa pelo que não é responsável e pelo que não pode ser culpabilizado e um presidente extremamente circunspecto ou ausente quando estavam em causa os erros da sua governação.
Nunca vão para um hotel em que Chirac seja o gerente.

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:: enviado por U18 Team :: 5/16/2007 03:04:00 da tarde :: início ::
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