terça-feira, maio 08, 2007

O off-shore da democracia

Os franceses têm a Córsega, os belgas a Flandres, a Itália a Lombardia, os ingleses a Irlanda do Norte e a Espanha mais do que os outros todos juntos. Nós temos a Madeira. Mais soft, sem bombas, sem diferenças de idioma mas com mais folclore, desfiles de Carnaval e desprezo pelos adversários políticos. É uma espécie de off-shore da democracia: não é propriamente uma ditadura mas é uma democracia com regras próprias diferentes das demais.
Alberto João foi reeleito por maioria absoluta que os madeirenses não são parvos e sabem que só dali poderá vir alguma esperança de que a torneira dos dinheiros públicos não se feche. Alberto João quis mostrar-se moderado, magnânimo e estadista na hora da vitória. Veremos quanto tempo dura. Se o Governo não recuar na lei das Finanças Regionais e se Bruxelas continuar a pensar que há outras regiões mais necessitadas, creio que o discurso vai envinagrar, algum grupelho pró-independência será ressuscitado e até, talvez, duas ou três barras de dinamite rebentem à porta de uma empresa símbolo do “colonialismo”.
Se Alberto João foi reeleito é porque os madeirenses o querem e lá terão as suas razões. Creio mesmo que na Metrópole devíamos aprender com eles. Poderíamos gritar que os políticos europeus são saloios/fascistas/colonialistas/bastardos/palhaços (riscar o que não interessa), afirmar não querer saber de leis europeias e ameaçar sub-repticiamente com a saída da UE. Talvez os subsídios aumentassem e pudéssemos todos viver à custa do Estado. O pior é se nos mandassem mesmo passear …

:: enviado por U18 Team :: 5/08/2007 01:14:00 da tarde :: início ::

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