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quinta-feira, junho 07, 2007

The French Connexion

A libertação de 150 guerrilheiros e de Rodrigo Granda, o preso mais importante das FARC, soma-se à saga da “troca humanitária”, num novo episódio, tão inesperado como enigmático, a que poderá chamar-se “a conexão francesa”. É hoje que o presidente Uribe vai proferir a tão esperada alocução, em que provavelmente invocará a misteriosa “razão de Estado”.
Qual será o custo-benefício desta decisão de libertar unilateralmente dezenas de guerrilheiros? Quais poderão ser os resultados da libertação de Granda (cuja captura quase provocou o corte de relações com a Venezuela) para ser “gestor de paz”, sem que o próprio tenha assinado, consentido ou prometido fazer o que quer que seja, nem para isso tenha tido o aval das FARC? Já para não falar que tudo isso poderá não produzir nenhuma libertação de reféns, pois as FARC já fizeram saber que não pactuam com uma jogada provocatória, na medida em que, para saírem livres, os guerrilheiros — à excepção de Granda — deverão desmobilizar.
É evidente que Uribe quer mostrar à comunidade nacional e internacional que fez muitas concessões e que também sabe ser magnânimo e flexível. E isso, é claro, para um presidente habitualmente implacável, cruel e inflexível, far-lhe-á marcar pontos e lançará a bola para o campo das FARC, de quem se espera agora um gesto em resposta. A França, a Espanha e a Suiça — países que há muito tempo procuram uma solução — saudaram a decisão de Uribe. O próprio presidente Sarkozy não se inibiu de levar o assunto à cimeira do G8, que muito provavelmente elogiará o generoso acto unilateral do presidente colombiano.
O episódio Granda e a intervenção de Sarkozy introduzem uma nova variável ainda mal elucidada na equação: aparentemente, a “razão de Estado” terá sido o pedido feito pelo presidente francês. Este ganhou mais uma projecção demagógica, a juntar às muitas que lhe permitirão arrasar nas legislativas do próximo Domingo. Quanto a Uribe, faltam ainda indícios que permitam divisar qual será o verdadeiro interesse desta conexão especial com um governante caracterizadamente de direita.

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:: enviado por JAM :: 6/07/2007 10:40:00 da manhã :: início ::
2 comentário(s):
  • Pois é, domingo há eleições!!!

    Resposta das FARC

    "O engano" por FARC-EP
    1- Com a libertação condicionada de presos o Presidente procura ocultar a sua verdadeira intenção de impedir que as autoridades judiciais avancem nas suas investigações de congressistas, militares e contra o seu governo, por evidentes ligações com a narco-para-política e por sua responsabilidade em múltiplos e espantosos crimes contra civis acusados de apoiar a guerrilha. E inutilmente pretende também estender cortinas de fumo em torno da espionagem telefónica ordenada e pelo mesmo [governo] e por seu cada vez mais indignante servilismo perante as imposições da Casa Branca.

    2- Esta farsa uribista é outro engano aos familiares e amigos dos prisioneiros de ambas as partes que, além disso, distorce a característica dos presos por avultar os números, já que mete no mesmo saco:

    a) Guerrilheiros, os quais mantêm a sua dignidade revolucionária recusando a oferta fraudulenta e exigindo a Troca.

    b) Desertores, que traíram as FARC e por decisão sua deixaram de ser guerrilheiros, os quais naturalmente não são nem podem ser parte de qualquer Troca.

    c) População civil, acusada de guerrilheira.

    3- O anúncio demagógico de libertar presos unilateralmente nada tem a ver com uma Troca que será o resultado de acordos entre o Estado e a insurgência revolucionária, onde se definam critérios, tempos, nomes, garantias, vedorias e mecanismos. As FARC recusam as falsas promessas daqueles que pretendem converter o clamor nacional pelo Intercâmbio Humanitário em propaganda para curar as feridas causadas pela política neoliberal e terrorista de um regime ilegal como o de Uribe.

    4- A concretização de uma Troca exige realismo político e seriedade da parte do governo e reclama o abandono do jogo duplo oficial que prevalece uma vez que, enquanto se distrai com a propaganda da libertação dos presos, as tropas oficiais continuam a tentar resgates a sangue e fogo sem que lhes importe para nada a vida e a integridade dos prisioneiros. Reiteramos, hoje, a necessidade de evacuar os municípios de Florida e Pradera para concretizar ali os termos de um Acordo Humanitário.

    Secretariado do Estado Maior Central
    FARC-EP
    Montanhas da Colômbia, Junho de 2007.

    De Blogger ja, em junho 07, 2007 1:19 da tarde  
  • E, já agora, o que é feito de Simón Trinidad e Sonia!!!

    De Blogger ja, em junho 07, 2007 10:12 da tarde  
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