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segunda-feira, novembro 19, 2007

Memória das putas censuradas

No Irão, foi bloqueado há dias o acesso ao YouTube por representar, na sábia opinião dos ayatolahs que governam o país, “uma ameaça contra a moral e os bons costumes”. Agora, os mesmos sábios decidiram proibir a circulação da tradução persa da Memoria de mis putas tristes de Gabriel García Marquez, uma novela inspirada n’A Casa das Belas Adormecidas, de Yasunari Kawabata. Kawabata foi o primeiro japonês a ser laureado com o Prémio Nobel da Literatura, em 1968, e estranhamente suicidou-se quatro anos depois de ter recebido o distinto galardão.
A Casa das Belas Adormecidas é uma singular e exclusiva pousada, situada nos arredores de Tóquio, onde acorrem assiduamente alguns anciãos endinheirados para “desfrutar” ou “sofrer” da companhia de jovens virgens que permanecem a seu lado durante toda a noite, nuas e drogadas. O regulamento da casa é implacável: os velhos não só não podem ter relações sexuais com as jovens como nem sequer lhes podem tocar. Em contrapartida, podem sonhar e reviver as experiências amorosas e sexuais das suas vidas, afastando, ao mesmo tempo, o temor de terem que expor os seus corpos decadentes.
A Memoria de mis putas tristes de García Márquez estava para ser distribuída pela editorial Nilufar, quando chegou a fulminante ordem dos ayatolahs: Proíba-se!...
A novela, publicada em 2004, é uma história de amor: a história de um jornalista que, chegado à idade de 90 anos, oferece a si mesmo de presente uma jovem de 14 anos que conhecera numa casa de putas.

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:: enviado por JAM :: 11/19/2007 11:00:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

quarta-feira, novembro 14, 2007

Ainda há movimentos reivindicativos simpáticos

As suecas lançaram uma campanha nacional denominada “mamas ao léu” (Bara Bröst, em sueco) para reivindicar o direito de irem à piscina sem a parte de cima do fato de banho.
O movimento pretende animar o debate sobre as regras culturais e sociais não escritas que sexualizam e discriminam o corpo da mulher. Segundo as animadoras, “é importante que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens e que estes sejam capazes de se manterem serenos quando vêem uma mulher em topless”.
Para além de justo, parece-nos uma maneira simpática de dar mais vivacidade aos movimentos reivindicativos — que têm andado um pouco por baixo —, sem necessariamente provocar grandes conflitos de classes.
Será que alguém está contra esta luta?

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:: enviado por JAM :: 11/14/2007 01:33:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

sexta-feira, novembro 09, 2007

A propósito da justiça...

Para relembrar as memórias tão atazanadas com outras coisas de lana caprina, como o orçamento do Estado para 2008.
Aos poucos, a comunicação social encarrega-se de fazer desaparecer da memória, já de si curta, das pessoas, casos e coisas que deram brado.
Aqui estão algumas para recordar....

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:: enviado por touaki :: 11/09/2007 03:15:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

domingo, julho 01, 2007

The Portuguese dream

Esta semana saiu o relatório de progresso da Comissão do Livro Branco das Relações Laborais (o que, em si, já é um progresso pois temos uma Comissão que elabora um relatório apenas tendo feito 16 reuniões).
Não conheço nenhum membro da Comissão pelo que não duvido das boas intenções dos seus membros. Creio que o problema é bastante mais vasto do que uma questão de intenções.
Quando comecei a trabalhar havia nas empresas um Serviço de Pessoal. Pagava os ordenados e tratava de umas papeladas. Não era muito mas chegava. Depois transformaram-se em Recursos Humanos. Poderia pensar-se que seria uma evolução no sentido de valorizar o que uma empresa tem de mais importante: as pessoas. O nome em si não era muito feliz mas tem-se sempre a esperança que mudança signifique evolução para melhor. A seguir arranjaram especialistas, consultores, rácios, doutrina e passaram a tratar as pessoas como o nome indicava, ou seja, recursos.
Esta evolução tende a fazer-nos acreditar que os recursos são para serem optimizados e, como tal, não devem parar por doença ou por férias, devem funcionar o máximo de tempo possível quando a produção o exige e deixar de ser um custo quando as necessidades diminuem e, sobretudo, não se devem imiscuir na condução da empresa. Daí (mais a mais com a concorrência dos países de mão de obra barata) se ter criado um clima em que a empresa já não tem qualquer responsabilidade social e o único objectivo que persegue é o da maximização do lucro dos seus accionistas. Quer produza centrais nucleares, sapatos ou comida.
O relatório da Comissão vai neste sentido.
O problema é que o ser humano é um pouco mais complicado do que uma máquina. Todos conhecemos aquela história do consultor que propõe o despedimento de um tipo que passa a vida a olhar para o ar ao que o patrão responde que o tal tipo a ultima vez que teve uma ideia, fez ganhar milhões de dólares à empresa. E estava exactamente a olhar para o ar.
Algumas empresas por esse Mundo fora já começaram a perceber que os “recursos humanos” não são só mais um recurso e que o capital mais valioso da empresa é as pessoas que nela trabalham.
Há pouco tempo, visitei a fábrica da Volvo em Gotemburgo. Como em todas as fábricas de automóveis, a maior parte da produção é automatizada. Não sei que problemas laborais terão, no entanto, orgulhavam-se de haver o mesmo numero de mulheres que de homens na empresa, da cantina ser utilizada pelo operário e pelo director geral, de a fábrica ser limpa e ter um ambiente de trabalho agradável, de terem salários decentes, de o trabalho, mesmo num meio industrial, não ser violento e de as pessoas serem escutadas. Sofrendo de uma forte concorrência de quem não tem nenhuma destas preocupações, a Volvo tem algumas dificuldades económicas embora seja a empresa do grupo Ford que melhor resiste. Se calhar, é por causa das pessoas que lá trabalham.
Em Portugal, a generalidade da classe empresarial não pensa assim. A única coisa que aprenderam nos últimos anos é que o pessoal da empresa é um recurso que deve ser utilizado no limite das suas possibilidades físicas e ser remunerado tendo como referência o que haja de mais miserável no Mundo. Como quem dá pouco não tem o direito de exigir muito, os trabalhadores respondem com uma certa indiferença em relação aos resultados da empresa.
Reduzir o tempo de férias, aumentar os horários de trabalho, reduzir as pausas para almoço, pagar menos, despedir apenas com critério económico estará muito bem quando discutimos máquinas. Fazê-lo com pessoas, é participar no sonho do patrão português: ganhar tanto como os patrões americanos (mas sem os impostos e os constrangimentos legais) e pagar aos empregados salários chineses.

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:: enviado por U18 Team :: 7/01/2007 03:27:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

domingo, junho 24, 2007

Uma curiosidade deveras interessante...

O Público de hoje lança nas suas páginas mais umas "pequenas" achas para a fogueira das situações complicadas que parecem ser atraídas pelo ex-professor de quatro cadeiras da licenciatura do sr. Pinto de Sousa na Universidade Independente. Eu, que até nem sou de intrigas e não acredito em bruxas (mas que as há, lá isso há), acho muito estranhas tantas coincidências em torno da mesma pessoa? Porque será?

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:: enviado por touaki :: 6/24/2007 04:49:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

quinta-feira, maio 10, 2007

Juntar a culpa ao desespero

Há duas semanas, o IGAI produziu um relatório (preliminar, porque em Portugal se é rápido não pode ser definitivo) sobre os incidentes no Benfica-Porto. No relatório apontam-se responsabilidades ao Benfica, à PSP e até, se calhar, ao vendedor de queijadas e às pessoas atingidas. Ou seja, a culpa é de todos excepto dos que efectivamente lançaram os petardos sobre outros espectadores.
Em Lagos - numa dessas notícias que nos gelam o sangue - uma menina de 4 anos desapareceu, ao que tudo indica raptada. Pessoas responsáveis e por quem tenho consideração aparecem a acusar os pais de negligência. Outros, mais necessitados de publicidade, afirmam e sublinham que os pais podem ser responsabilizados penalmente por abandono.
O que é que estes dois factos têm a ver um com o outro? Nada. Ou tudo. Neste maravilhoso mundo em que vivemos, vai-se impondo a cultura da desresponsabilização do criminoso e a inversão da culpa. Os crimes não são da responsabilidade de quem os pratica porque a) são vítimas da sociedade, b) a polícia não os conseguiu prever c) têm uma anomalia cerebral que os impele ao crime d) as vitimas foram negligentes. Ou tudo isto junto.
Os pais da Madeleine avaliaram as circunstâncias, mediram os perigos e tomaram uma decisão. Não podiam prever um rapto. Parece-me, no mínimo, cruel juntar a culpa ao desespero.
As crianças devem ser protegidas e nisso estamos todos de acordo. Mas quer os pais quer as crianças também têm que viver o que implica, infelizmente, não as podermos proteger de toda a maldade do mundo. Aliás, como pai, confundem-me estas declarações de peritos. O meu filho pratica rugby. Será que o estou a colocar em perigo? A minha filha faz ginástica. Correrá riscos desnecessários? E quando os deixo de manhã na escola? Não poderá vir um psicótico atacar a escola? Devem poder andar de bicicleta? Comer no McDonalds? Quando é que os posso deixar sozinhos? Aos 7 anos, 14 dias e 3 horas? Depois? Serei negligente e irresponsável? Poderei ser responsabilizado criminalmente se se aleijarem?
O que os pais da Madeleine fizeram, outros já o fizeram, onde me incluo. O culpado(s) foi quem a raptou. Ponto final. Como toda a gente, espero que a Madeilene apareça viva. E, já agora, espero que não se venha a descobrir ter sido raptada por um predador sexual condenado a 15 anos de prisão mas que saiu ao fim de 3 por ser doente e a prisão não o poder reabilitar e de que mais ninguém se preocupou em seguir. Ou por uma vitima da sociedade cuja miséria o “obrigam” a vender os filhos dos outros.
Ficaríamos todos mais descansados e os pais da Madeilene mais culpados.

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:: enviado por U18 Team :: 5/10/2007 09:29:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::