terça-feira, outubro 26, 2004
Clima de Guerra Civil em Israel
Acabou de ser aprovado, pelo Knesset, o Parlamento israelita, o plano de retirada da faixa de Gaza do primeiro-ministro, Ariel Sharon. O plano de Sharon vai acabar com 37 anos de ocupação da faixa de Gaza e retirar os cerca de 8 mil colonos dos 21 colonatos em Gaza e outros quatro isolados no norte da Cisjordânia.
Os israelitas estão divididos e hoje milhares de manifestantes protestaram, em frente ao Parlamento em Jerusalém, contra o plano de Sharon, acusando-o de traição e gritando "assassinámos Rabin, assassinaremos também Sharon". Três barões do Likoud, entre os quais o antigo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, rival confesso de Sharon, tentaram, em vão, tudo-por-tudo para convencer o chefe do governo a submeter o seu plano a um referendo, para preservar a unidade do país.
Segundo uma sondagem hoje publicada pelo Yédiot Aharonot, 65% dos israelitas apoiam o plano de retirada de Sharon, contra 26%. Mas a presença de altos dignatários religiosos nas fileiras dos manifestantes anti-retirada estão a contribuir para a radicalização das posições, de tal modo que o chefe da oposição trabalhista Shimon Perez teve que se proteger por detrás dum vidro blindado, quando ontem discursou perante uma manifestação da esquerda, a favor do plano.
Mais do que a Intifada e as retaliações sangrentas por parte das autoridades israelitas, esta questão está, não só a dividir os israelitas, mas está, um pouco por todo o mundo, a relançar a questão da legitimidade israelita na humilhação do povo palestiniano. Leia, em anexo, alguns elementos históricos de reflexão sobre a questão da Legitimidade do estado de Israel.
:: enviado por JAM :: 10/26/2004 07:53:00 da tarde :: início ::