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segunda-feira, abril 04, 2005

Os caprichos da Mona Lisa

Hoje, os visitantes do Louvre não vão poder ver a Gioconda. O quadro vai ser transferido para uma sala, inteiramente renovada, que acolherá 1500 visitantes por hora. Mais de 90% dos turistas que visitam o Louvre têm como principal objectivo ver o célebre sorriso da Mona Lisa. A loja do museu vende todos os anos 330 mil artigos representando a Gioconda. Por isso, o Louvre resolveu informar 6 mil agências de viagens que o quadro não seria acessível ao público no dia 4 de Abril. Senão, que aconteceria se os visitantes japoneses ou americanos descobrissem apenas uma palavra de desculpas no lugar do quadro?
Por seu lado, os conferencistas queixam-se do interesse obsessional do público por este quadro, enquanto os guardas protestam contra o barulho, os flashes das máquinas fotográficas e os carteiristas.
Enfim, a Mona Lisa tornou-se uma verdadeira diva de exigências escandalosas que não pára de exasperar a conservadora do museu, Cécile Scailliérez, para quem “a Mona Lisa é uma peste; é ela quem fixa as suas próprias leis”. A Gioconda suscita pelo menos uma carta por semana, muitas vezes bizarra. Madame Scailliérez tenta responder a todas, mesmo à de um numerólogo que dizia ter encontrado uma relação incrível entre as dimensões do quadro e a data de nascimento do pintor. Muitos guias começam a visita pela sala da Gioconda, onde devem falar do outro extremo da sala e esperar que os turistas tirem todas as suas fotografias diante do quadro, para ficarem mais tranquilos no resto da visita.
No entanto, os conservadores dos outros departamentos, que a maioria dos turistas visita apressadamente para ter mais tempo para ver a Mona Lisa, não estão propriamente descontentes. Para eles, barafustar contra o sucesso da Gioconda seria como queixar-se por se ser rico.

:: enviado por JAM :: 4/04/2005 07:25:00 da manhã :: início ::
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