BRITEIROS: A agonia dos últimos pontífices <$BlogRSDUrl$>








sábado, abril 02, 2005

A agonia dos últimos pontífices

O fim de João Paulo II, no sofrimento, fez lembrar o de João XXIII. O diário argentino La Nación evoca a morte do cognominado “Papa bom”, que suportou, com um admirável estoicismo, uma agonia de vários dias devida a um tumor no estômago que lhe provocou hemorragias e que finalmente se terminou numa peritonite. Após um período de coma, morreu aos 81 anos, em 3 de Junho de 1963. João XXIII costumava dizer que morreria de noite, porque de dia não tinha tempo, ocupado como estava a modernizar a Igreja. Foi ele quem convocou, em 8 de Dezembro de 1962, o concílio Vaticano II, destinado a reformar a Igreja.
Paulo VI, que deu continuidade à sua obra, morreu em 6 de Agosto de 1978, após quinze anos de pontificado, duma crise cardíaca na sequência de uma artrose que lhe deformava os joelhos e de uma infecção urinária. No dia da sua morte, deixou a seguinte mensagem: não se esqueçam daqueles que têm fome, que estão doentes ou que não têm trabalho. O seu corpo foi embalsamado imediatamente por causa dos efeitos do calor.
Quanto a João Paulo I – o veneziano Albino Luciani – que morreu após trinta e três dias de pontificado, trata-se de uma morte obscura, cheia de mistério, sobre a qual correram imensas conjecturas. Em 29 de Setembro de 1978, às 5 horas da manhã, uma freira deixou uma chávena de café diante da porta do quarto do papa e encontrou-a cheia quando voltou buscá-la. João Paulo I morreu durante a noite, no seu quarto, de um enfarte do miocárdio, segundo a versão oficial. Mas, desde então, as histórias mais mirabolantes correram sobre a morte do “papa sorridente”, veiculadas pelos média, pela literatura e mesmo pelo cinema. Falou-se de um complot dos altos prelados que o terão feito assassinar, sob a direcção de Jean Villot, então Secretário de Estado do Vaticano. Também foi evocado um acto da franco-maçonaria. Até mesmo a Máfia siciliana foi acusada. E o jornal conclui que “ao recusar uma autópsia, o Vaticano não fez nada na altura para dissipar as dúvidas e o mistério”.

:: enviado por JAM :: 4/02/2005 11:47:00 da tarde :: início ::
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