terça-feira, julho 19, 2005
A arte da criminalidade criativa
O “scam” é uma nova forma de cibercriminalidade que se desenvolve-se em três fases: primeiro, os “cibercriminosos” procuram recrutar “intermediários” para as suas operações em países onde a utilização da Internet é frequente e banal. Visam a Europa de Leste, Gana, Nigéria, Filipinas, mas também alguns países mais ricos da Europa Ocidental e até os Estados Unidos. Aí põem em linha ofertas de emprego relativamente cativantes para um “trabalho” fácil de realizar.
Numa segunda fase, os “cibercriminosos” praticam o “phishing”, isto é, enviam em massa e ao acaso e-mails cujos endereços foram usurpados no Yahoo, eBay e outros sites do género. Nesses e-mails, pedem aos “clientes” para actualizarem as suas informações pessoais, a pretexto de uma modernização dos sites Internet.
Graças às informações obtidas pelo “phishing”, dá-se início à terceira fase da fraude. Segundo o El País, os “cibercriminosos” podem pôr em prática dois tipos de burlas em menos de oito minutos: o desvio de fundos ou a compra de produtos com cartões de crédito roubados. No caso dos desvios de fundos, o intermediário recebe uma quantia em dinheiro na sua conta. Depois, recebe instruções por e-mail para levantar essa quantia e transferi-la para o estrangeiro através da Western Union. No caso da compra fraudulenta, os produtos são pagos pelos internautas a quem foram roubados os dados, mas o endereço de expedição foi alterado e é o intermediário quem recebe os produtos. Cabe-lhe depois reexpedir a encomenda, sem fazer perguntas.
É evidente que os intermediários são facilmente localizados pelas autoridades, já que as quantias em dinheiro são depositadas nas suas contas e as encomendas enviadas para os seus domicílios. Mas no momento em que os produtos são reenviados para o estrangeiro, perde-se-lhes o rasto.
:: enviado por JAM :: 7/19/2005 11:36:00 da manhã :: início ::