terça-feira, julho 05, 2005
O cinismo é o maior problema de África
Muito mais do que a fome, a doença, as barreiras alfandegárias ou a corrupção, o que hoje mais corrói a África é o cinismo. O cinismo é o principal obstáculo à lucidez do pensamento dos dirigentes dos países ricos, que concluíram, há já muito tempo, que não existe nenhuma esperança para África e que os seus problemas são insolúveis.
Este pessimismo dominante assenta em grande parte sobre meias verdades e estereótipos de outras eras. Inúmeros mitos surgem ciclicamente no debate sobre a África. Quando se repete, por exemplo, que as ajudas são completamente ineficazes por causa das guerras, das ditaduras e da corrupção, esquecem-se facilmente todos os progressos originados em cada uma dessas frentes. Há vinte anos, metade dos países africanos eram dirigidos por ditadores. Hoje, dois terços desses países têm eleições democráticas, mesmo que não sejam sempre totalmente regulares.
Para além disso, nos últimos dois ou três anos, tem surgido em África uma nova vaga de dirigentes que começaram a tomar algumas medidas para melhorar a governança do continente. Tudo isto oferece a maior oportunidade de mudança de que há memória desde que esses países ascenderam à independência e é precisamente essa esperança que aguarda agora uma resposta por parte dos membros do G8.
Vale a pena ler também Feitos num 8.
:: enviado por JAM :: 7/05/2005 02:05:00 da tarde :: início ::