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quarta-feira, setembro 14, 2005

Reformar é preciso

Começa hoje em Nova Iorque a cimeira das Nações Unidas, que deveria ter a árdua tarefa de reformar a sexagenária organização internacional. Mas a diplomacia americana tem outras prioridades e a própria ONU tem andado demasiado crispada devido às críticas sobre o escândalo de corrupção relativo ao programa “petróleo por alimentos”, no Iraque de Saddam Hussein, na altura das sanções económicas e comerciais. Esse escândalo justificaria, só por si, a urgência de uma reforma da organização, na condição de que ela consiga, depois de tudo o que foi feito, recuperar um mínimo da sua credibilidade perdida.
A esse propósito, o semanário britânico New Statesman deu a palavra a dois ilustres escritores: Tariq Ali, jornalista de origem paquistanesa, e Dan Plesch, jornalista e especialista em questões nucleares, que trabalhou para vários jornais ingleses e americanos. Para Tariq Ali, a ONU não passa de “um instrumento irrecuperável da política americana. Não vale a pena pensar em qualquer tipo de reforma, porque a verdadeira escolha não é entre a actual desordem e uma instituição verdadeiramente democrática, mas sim entre esta desordem e uma agência intervencionista que poderá servir de instrumento militar à nova ordem mundial, da mesma forma que o FMI ou o Banco Mundial servem no plano económico.” Para ele, “a ONU tem-se mostrado frequentemente impotente, ao longo da sua História, em matéria de defesa das soberanias nacionais, da Hungria à Checoslováquia e ao Vietname, durante a guerra fria, e em matéria de direitos humanos no Chile, no Brasil, na Argentina, na Indonésia, no Paquistão ou na Turquia.”
Quanto a Dan Plesch, recorda as palavras de Winston Churchill: “As Nações Unidas são a nossa única esperança no mundo. Com milhares de armas nucleares prontas a explodir, evitar uma terceira guerra mundial continua a ser a prioridade máxima, e a ONU tem até agora conseguido evitá-la através dum sistema político de gestão das crises e duma rede crescente de leis e de normas capazes de refrear os piores excessos de potência. É por isso que a Administração Bush a quer destruir. O mundo anárquico ao qual Bush pretende regressar é o mesmo que permitiu e provocou as duas guerras planetárias.”

:: enviado por JAM :: 9/14/2005 07:30:00 da manhã :: início ::
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