Manuel Alegre apresentou ontem o seu Contrato Presidencial. A esquerda, que há uns meses estava órfã de candidatos e abandonada a um certo desespero face à máquina Cavaco, tem hoje uma gama de candidatos que preenchem todos os requisitos para que ninguém fique em casa. De Mário Soares a Garcia Pereira, todas as sensibilidades de esquerda têm um candidato em quem votar. Aquilo que para alguns, cavaquistas na sua maioria, é uma fraqueza é, na realidade, a grande força da esquerda: pluralidade de ideias e exercício de liberdade. Aliás, a pobreza ideológica do silencioso Cavaco contrasta com a dinâmica que agora se vê desencadear à esquerda.

Quanto mais avançar a campanha, mais veremos o vazio da campanha esfíngica de Cavaco. Uma candidatura com o cheiro a bafio salazarento de uma pátria só para alguns e gulag para outros. Um rectângulo em que o desemprego e a miséria aumenta na exacta razão em que aumentam os lucros da banca e dos grandes senhores que, alheios à construção de um Portugal mais justo, se preocupam única e exclusivamente com os seus interesses e com as suas contas bancárias.

Leia o texto integral em http://www.manuelalegre.com e verá por que razão Cavaco está condenado a morrer na praia...

"Candidato-me por um Portugal de todos. Não apenas dos donos dos aparelhos, sejam eles económicos, mediáticos ou políticos. Não há donos do voto nem da consciência dos homens e das mulheres livres de Portugal. Candidato-me por um Portugal que se diga no plural, uma Pátria que sois vós, uma Pátria que somos nós, um Portugal de todos."

"Sem apoios de aparelhos partidários. Livremente. Sou um homem da esquerda dos valores e dirijo-me a todos os portugueses que acreditam na Pátria, na liberdade e na democracia."

"A crise é sobretudo uma crise de confiança. Na minha opinião, ela exige, não uma visão tecnocrática, mas uma nova e ousada visão estratégica e política para Portugal".

"E resolver uma velha questão nacional: fazer com que o Estado confie mais nos cidadãos e com que os cidadãos confiem mais no Estado."

"Candidato-me por mais cidadania. Sem esquecer que um dos obstáculos ao seu exercício é o desemprego e o emprego precário, um dos mais graves problemas do novo milénio. Confunde-se frequentemente precariedade com “flexibilidade”, o que na prática significa diminuição dos direitos dos trabalhadores. A precariedade contribui para a pobreza, para a dependência das famílias, para a insegurança e para o medo, inibindo o crescimento económico e o consumo. É uma ameaça à coesão social e um empobrecimento da democracia."

Leia o resto e verá como jamais a candidatura de Alegre poderia ser outra que não esta, feita de liberdade e de empenhamento de cidadãos livres de uma pátria que querem mais justa...