quinta-feira, fevereiro 16, 2006
A baía da vergonha
Generalizam-se as exigências da comunidade internacional para que os Estados Unidos encerrem o centro de detenção da Baía de Guantanamo. Ao relatório da Comissão de Direito Humanos da ONU, seguiu-se a resolução do Parlamento Europeu.
A Administração Bush considerou que os peritos nomeados pela ONU terão sido manipulados e terão redigido o relatório baseando-se apenas em alegações, sem terem examinado os factos nem visitado a base. Os peritos alegam que não lhes foi dada autorização para falar com os presos, mas que tiveram acesso a ex-prisioneiros que se encontram agora noutros países. No entanto, as conclusões dos peritos da ONU não são diferentes das que foram feitas no ano passado pela jornalista Jane Mayer, da revista The New Yorker, que conseguiu fazer uma reportagem no local, tendo relatado as violações da Convenção de Genebra e as experiências feitas por médicos e psicólogos, que usam métodos desumanos para interrogarem os detidos, com o objectivo “científico” de adquirirem “actionable intelligence” sobre o terrorismo.
Tal como os vergonhosos voos da CIA, que transportam presos para cadeias secretas, Guantanamo não é um caso isolado. A sua existência representa uma fonte de ódio que dá de beber aos fanáticos do terrorismo. Os Estados Unidos teriam muitos mais a ganhar em respeitabilidade e em segurança se o centro de detenção fosse encerrado e fossem libertados os detidos que lá se encontram. Ou, pelo menos, como pedem os eurodeputados, que fossem julgados em território americano, perante um tribunal competente, independente e imparcial, com todo o respeito pelos direitos humanos.
:: enviado por JAM :: 2/16/2006 09:35:00 da tarde :: início ::