sexta-feira, março 10, 2006
O apuramento da raça segundo o Governo
Compreendo perfeitamente o Governo: o desemprego teima em aumentar, o crescimento económico é revisto em baixa todos os meses, os portugueses insistem em resistir ao choque tecnológico, os professores não querem dar mais aulas, os funcionários públicos não querem ser despedidos, os empresários continuam a mendigar ajudas, as velhotas da província recusam-se a declarar as galinhas, o PGR goza com toda a gente, os jornalistas não querem pagar para ser controlados... Enfim, só motivos para desencorajar qualquer governante, por muito motivado que esteja.
Recém chegado de uma visita à Finlândia — país exemplar onde as pessoas se dedicam ao estudo, a fabricar telemóveis e a não fazer ondas no choque de civilizações — o primeiro-ministro e o Governo parecem, finalmente, ter chegado à conclusão a que eu já cheguei há muito tempo: não há nada a fazer. Ou melhor, há apenas uma solução: mudar de povo.
Não estando os tempos muito virados para os métodos de Estaline, a solução óbvia de deportar todos os portugueses para a Finlândia e os finlandeses para Portugal, é impraticável. Sendo assim, o Governo, através da Direcção Geral da Saúde, descobriu uma maneira original e infalível de resolver os problemas do País. Aproveitando a histeria da gripe das aves e rezando secretamente para que a pandemia aconteça, foram escolhidos 100 mil portugueses (talvez mais 25% da população se os medicamentos chegarem) para sobreviverem. Brilhante! De uma assentada deixa de haver desemprego, jornalistas e oposição, deixando de haver crianças não são precisos professores, não há mais velhotas com galinhas (nem galinhas), ninguém quer saber do défice ou do crescimento económico já que têm mais com que se preocupar e o PGR não será incluído na lista. Sobrando apenas os melhores, os mais puros e os mais necessários, o País poderá, enfim, sair da letargia em que vegeta há séculos e reeditar os feitos e a riqueza dos nossos antepassados.
Só há uma coisa que me preocupa: não consegui ainda obter a lista de nomes e desconfio que não estou incluído. Não faz mal. Já meti uma cunha a um contínuo do Ministério da Saúde que é primo em 3° grau da cunhada de uma amiga de uma conhecida da senhora que faz as limpezas cá em casa. Nunca falha.
Recém chegado de uma visita à Finlândia — país exemplar onde as pessoas se dedicam ao estudo, a fabricar telemóveis e a não fazer ondas no choque de civilizações — o primeiro-ministro e o Governo parecem, finalmente, ter chegado à conclusão a que eu já cheguei há muito tempo: não há nada a fazer. Ou melhor, há apenas uma solução: mudar de povo.
Não estando os tempos muito virados para os métodos de Estaline, a solução óbvia de deportar todos os portugueses para a Finlândia e os finlandeses para Portugal, é impraticável. Sendo assim, o Governo, através da Direcção Geral da Saúde, descobriu uma maneira original e infalível de resolver os problemas do País. Aproveitando a histeria da gripe das aves e rezando secretamente para que a pandemia aconteça, foram escolhidos 100 mil portugueses (talvez mais 25% da população se os medicamentos chegarem) para sobreviverem. Brilhante! De uma assentada deixa de haver desemprego, jornalistas e oposição, deixando de haver crianças não são precisos professores, não há mais velhotas com galinhas (nem galinhas), ninguém quer saber do défice ou do crescimento económico já que têm mais com que se preocupar e o PGR não será incluído na lista. Sobrando apenas os melhores, os mais puros e os mais necessários, o País poderá, enfim, sair da letargia em que vegeta há séculos e reeditar os feitos e a riqueza dos nossos antepassados.
Só há uma coisa que me preocupa: não consegui ainda obter a lista de nomes e desconfio que não estou incluído. Não faz mal. Já meti uma cunha a um contínuo do Ministério da Saúde que é primo em 3° grau da cunhada de uma amiga de uma conhecida da senhora que faz as limpezas cá em casa. Nunca falha.
:: enviado por U18 Team :: 3/10/2006 10:24:00 da tarde :: início ::
2 comentário(s):
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A lista é fácil de obter.Basta consultar o "histórico" do Diário da República onde se encontram as nomeações feitas pelos governos PS!!!De ja, em março 11, 2006 10:08 da manhã
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Ah! Então deve ser por isso que o governo pretende fechar as maternidades e mandar as portuguesas parir em Badajoz.De , em março 11, 2006 11:23 da manhã
Será que também vão dar aos bebés o passaporte espanhol ?