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segunda-feira, agosto 28, 2006

A "novilingua"

Lembram-se da “novilingua” (newspeack) imaginada por Grorge Orwell para a sua distopia em forma de romance, “1984”, publicado em 1948, que ficcionava o futuro de pelo menos uma (grande) parte da Humanidade (o megabloco chamado Oceânia) dominada pelo Partido único, o Ingsoc, encabeçado pelo Big Brother? O Ingsoc tinha 3 lemas: “guerra é paz”, “liberdade é escravidão” e “ignorância é força”, pretendendo, precisamente através da “novilingua”, estreitar a gama do pensamento, impedindo a existência de palavras que pusessem em causa o Estado. A novilingua tinha, portanto, a função de controlar o pensamento das pessoas através da língua, das palavras, da semântica.
Apesar de a situação descrita no “1984” não existir nos dias de hoje, pelo menos na forma como Orwell a desenhou, há situações nos dias de hoje que fazem mais sentido se nos lembrarmos da novilingua e dos seus objectivos:
Por exemplo, chamar Conselho de Segurança a uma organização da ONU (para já não reflectirmos nas palavras "Nações Unidas"…) em que os cinco membros permanentes, a saber: EUA, Rússia, Reino Unido, França e China, são responsáveis por 88% da exportação mundial de armas convencionais. A palavra “segurança” aqui oculta a realidade do seu oposto, a guerra e o terrorismo (o terrorismo avulso e o de Estado).
Outro exemplo, este nacional: Quando o PCP diz, relativamente ao caso da Câmara de Setúbal, que é preciso “renovar energias, rejuvenescer e reforçar a equipa” dos seus militantes na autarquia e que “nem sempre os melhores quadros são os quadros melhores”, conhecendo nós o pano de fundo da questão (supostas irregularidades praticadas por um autarca que até parece ter feito um bom trabalho em Palmela e que ainda não está sequer há um ano à frente de Setúbal), não estará o PCP a tentar esconder o Sol com uma peneira? Não seria bem melhor para todos (sobretudo para os eleitores de Setúbal que votaram no actual presidente da Cãmara) chamar os bois pelos nomes e agir em conformidade, inclusivé convocando novas eleições (que foi o que se exigiu, e muito bem, quando o Barroso fugiu para Bruxelas e o Flopes ficou no seu lugar)?...

:: enviado por Manolo :: 8/28/2006 10:33:00 da tarde :: início ::
2 comentário(s):
  • Só uma correcção: o Carlos Sousa ia no primeiro ano do segundo mandato na CM de Setúbal.

    De Anonymous Anónimo, em agosto 29, 2006 11:52 da tarde  
  • Agradeço-lhe a correcção, Margarida.
    Não é que para o fundo da questão tenha muita importância, mas, de qualquer modo, foi bom para eu próprio não me armar em esperto...
    Eu estava convencido que o Carlos Sousa tinha sido eleito para Setúbal nas últimas eleições autárquicas. Mea culpa...

    De Blogger Manolo, em agosto 30, 2006 10:16 da tarde  
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