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sábado, setembro 02, 2006

As explicações de Jostein Gaarder

O professor de filosofia norueguês Jostein Gaarder, autor do célebre romance O Mundo de Sofia, escreveu uma crónica, publicada na edição de 5 de Agosto do jornal Aftenposten, com o título O povo escolhido por Deus, em que atacou duramente Israel pela ofensiva desencadeada sobre o Líbano.
Escreve Gaarder: “Não há retorno possível. É altura de aprendermos uma nova lição: Deixámos de reconhecer o Estado de Israel. Não pudemos reconhecer o regime de apartheid sul-africano e não reconhecemos o regime talibã afegão. E muitos de nós não reconheceram, nem o Iraque de Saddam Hussein, nem as limpezas étnicas dos sérvios. Vamos ter que nos habituar a essa ideia: Na sua forma actual, o Estado de Israel passou à História. Não acreditamos nessa noção de povo escolhido por Deus. Rimo-nos dos caprichos desse povo e choramos pelas suas faltas. Comportar-se como um povo escolhido por Deus, mais do que estúpido e arrogante, é um crime contra a humanidade. Chama-se a isso racismo. [...] ”
Ao escrever que “era moral e historicamente necessário que os judeus encontrassem a sua própria casa”, Gaarder garante que reconhece o “Estado de Israel de 1948, mas não o de 1967”. Afirma ainda que o Estado judeu “pretende mais água e mais povoações. Para o conseguir, muitos desejam, com a ajuda de Deus, uma solução final para a questão palestiniana”.
Como era de esperar, Jostein Gaarder viu-se acusado, na Noruega, na Alemanha e em Israel, de anti-semita e a sua crónica ― sobretudo as referências à solução final e ao não-reconhecimento de Israel ― foi qualificada de “irresponsável”.
O filósofo norueguês diz agora que pela primeira vez na vida começou a olhar para trás das costas. Lamenta no entanto se ofendeu alguém, considera-se um amigo dos judeus e afirma que só quis “despertar Israel” ao denunciar o abuso da religião para fins políticos por parte dos israelitas. Diz ainda que muitos deles pensam que o seu país lhes foi dado por Deus. Isso é ingénuo e perigoso.
Não encontrámos nenhuma tradução portuguesa da crónica de Gaarder, mas achámos as versões em francês e em inglês.

:: enviado por JAM :: 9/02/2006 12:40:00 da manhã :: início ::
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