BRITEIROS: O grito <$BlogRSDUrl$>








sábado, setembro 23, 2006

O grito

“O grito” do pintor norueguês Edward Munch, pintado em 1893, é considerado por muitos como um ícone da angústia existencial da geração que, utilizando Freud para esse efeito, matou não só o pai mas também Deus. Há também quem sustente, com base numa biografia de Munch, que o quadro foi inspirado por uma acontecimento natural que ocorreu 10 anos antes: o terramoto que apagou do mapa a ilha vulcânica de Krakatoa, na Indonésia. Especulações à parte, o quadro, que foi roubado há 2 anos do museu onde se encontrava, regressou agora ao seu paradeiro habitual. Na "clandestinidade", onde permaneceu durante estes 2 últimos anos, que terá acontecido? Será que o quadro deu a volta ao mundo e parou para exercer o seu mester (gritar, pois então!) nos muitos locais do planeta em que seres humanos (para já não falar nos animais) são impunemente maltratados (humilhados e ofendidos)? E que voltou ao museu, resignado ao convívio com os amantes da arte e com os turistas, por ter constatado que, por via de regra, quem assiste (vemos, ouvimos e lemos...) a essas ofensas e humilhações, limita-se a fazer de conta que não ouve o grito e a continuar na sua vidinha como se nada fosse?
(Agradeço ao Homer Jay Simpson a colaboração graciosa. Seria com toda a certeza mais "politicamente correcto" da minha parte utilizar a filha do Homer, Lisa, ou a mãe, Mona Jay, ambas "pessoas" sensíveis e igualmente disponíveis para o efeito, mas preferi o Homer para sugerir que até um alienado patético pode, num dia menos infeliz, sentir-se mal com a merda do mundo onde lhe foi concedido viver.)

:: enviado por Manolo :: 9/23/2006 02:16:00 da manhã :: início ::
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