quarta-feira, março 07, 2007
O Inferno na volta da esquina
Hoje era para escrever sobre o triunfo individual da Naide Gomes, contrapondo-o até à vergonha que foi o desrespeito pelos super-dragões do minuto de silêncio em honra do ex-guarda-redes do Benfica, Bento.
Tinha planeado escrever também sobre o Jardim, o Portas (das feiras), o Sócrates…Vão ter que esperar. Porque me chegou, via e-mail, a transcrição de uma entrevista feita a Marcola, um dos lideres do PCC, publicada no jornal “O Globo”. Não a li no jornal, nem sequer sei se existiu mesmo, mas, como diria o outro, si non é vero, é bene trovatto. À vossa consideração, alguns extractos: “(…) Eu era pobre e invisível (…) Agora estamos ricos com a multinacional do pó (…) Não há mais solução, cara (…) Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de S. Paulo? (…) Você é que tem medo de morrer, eu não (…) Nós somos homens-bomba. Na favela tem 100 mil homens-bomba (…) Meus soldados são estranhas anomalias do desenvolvimento torto deste país. Não há mais proletários ou infelizes ou explorados. Há uma 3ª coisa, crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um Alien escondido nas brechas da cidade (…) A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia. É a merda com chips, com megabytes (…) Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no “micro-ondas”. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Vocês têm mania de de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade (…) Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor (…) Para acabar com a gente, só jogando bomba atómica nas favelas…Aliás, a gente acaba arranjando também “umazinha”, daquelas bombas sujas mesmo. Já pensou? Ipanema radioactiva? (…) Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós já vivemos dele e vocês…não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. (…) Como escreveu o divino Dante: Lasciate ogni speranza voi che entrate!”
Tinha planeado escrever também sobre o Jardim, o Portas (das feiras), o Sócrates…Vão ter que esperar. Porque me chegou, via e-mail, a transcrição de uma entrevista feita a Marcola, um dos lideres do PCC, publicada no jornal “O Globo”. Não a li no jornal, nem sequer sei se existiu mesmo, mas, como diria o outro, si non é vero, é bene trovatto. À vossa consideração, alguns extractos: “(…) Eu era pobre e invisível (…) Agora estamos ricos com a multinacional do pó (…) Não há mais solução, cara (…) Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de S. Paulo? (…) Você é que tem medo de morrer, eu não (…) Nós somos homens-bomba. Na favela tem 100 mil homens-bomba (…) Meus soldados são estranhas anomalias do desenvolvimento torto deste país. Não há mais proletários ou infelizes ou explorados. Há uma 3ª coisa, crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um Alien escondido nas brechas da cidade (…) A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia. É a merda com chips, com megabytes (…) Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no “micro-ondas”. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Vocês têm mania de de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade (…) Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor (…) Para acabar com a gente, só jogando bomba atómica nas favelas…Aliás, a gente acaba arranjando também “umazinha”, daquelas bombas sujas mesmo. Já pensou? Ipanema radioactiva? (…) Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós já vivemos dele e vocês…não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. (…) Como escreveu o divino Dante: Lasciate ogni speranza voi che entrate!”
:: enviado por Manolo :: 3/07/2007 10:51:00 da tarde :: início ::