sexta-feira, outubro 12, 2007
Día de la Hispanidad
Por ocasião deste dia nacional de Espanha a pergunta que mais tem ressoado nas mentes dos nossos vizinhos é ¿Estará a monarquia espanhola em perigo? E tanto ressoou que fez eco nos vizinhos do outro lado. Um dos principais diários franceses trazia na capa de anteontem o título alarmante “Juan Carlos defende a monarquia espanhola” e um subtítulo que rezava: “vivamente criticado, especialmente na Catalunha, o Rei abandona a sua reserva”. No interior, uma notícia de página inteira e um editorial davam fé de um tratamento inabitual para matérias espanholas.A informação do Fígaro retoma os últimos acontecimentos — a queima das fotos do monarca, as petições para a abdicação — e constata que “o papel do Rei está a ser posto em causa pelos nacionalistas catalães radicais e pela extrema direita espanhola”, em especial a COPE.
O editorial, significativamente intitulado “deflagrações em Espanha”, circunscreve a actual “agitação” antimonárquica a umas poucas “minorias ruidosas”, mas adverte que a democracia espanhola — que “o Rei encarna melhor que ninguém — ainda é vulnerável”. “A invejável saúde económica da Espanha poderia ser de molde a fazer-nos esquecer a sua História, mas o país não esquece. As feridas da guerra civil e da ditadura ainda não estão cicatrizadas. A sociedade continua frágil pois conhece bem a sua propensão para as divisões intestinas trágicas”, escreve o editorialista do Fígaro, que adverte ainda que as pretensões nacionalistas do País Basco e da Catalunha ameaçam arrastar a Espanha para um “desvio institucional”.
E conclui o jornal — cujo proprietário é o industrial Marcel Dassault, membro do partido de Nicolas Sarkozy — “Neste clima equívoco em que se misturam dinamismo económico e incerteza (...) conviria governar com tacto. Desde 2004, Zapatero tem, pelo contrário, aplicado o tratamento de choque”.
Etiquetas: Espanha
:: enviado por JAM :: 10/12/2007 05:03:00 da tarde :: início ::