sexta-feira, outubro 05, 2007
Insha'Allah
A Sainsbury’s é uma cadeia de supermercados inglesa com lojas um pouco por toda a Inglaterra. Recentemente, a empresa decidiu que os seus empregados de religião muçulmana poderiam optar por não tocar em embalagens de bebidas alcoólicas, ou seja, não precisam de arrumar as prateleiras de bebidas ou podem ser substituídos quando algum cliente se apresenta na caixa com algo que o impede de conduzir a partir de 0.5% no sangue.
Reparem que não se trata de obrigar os empregados muçulmanos a beber álcool ou a participarem nalgum convívio onde se beba como só os ingleses o sabem fazer. Trata-se apenas do manuseamento de embalagens, actividade que essas pessoas sabiam poder vir a ter que desempenhar quando foram contratadas. Sendo, admitamos, altamente improvável que a quebra de uma embalagem salpique um empregado muçulmano de forma a que este degluta, por inadvertência, o liquido proibido, não se vislumbra em que é que esse manuseamento possa ser incompatível com a crença religiosa de quem o faz.
Estranhamente, esta tolerância só se aplica aos muçulmanos e não tem qualquer reciprocidade: não consta que os empregados judeus se possam recusar a vender alimentos que não sejam kosher ou que um empregado católico se possa recusar a vender carne halal num supermercado da Arábia Saudita, na base de que é cruel para os animais.
A Sainsbury’s é uma empresa privada que, bem entendido, no quadro da legalidade fará o que lhe aprouver com os seus empregados. Todavia, não me surpreenderia muito se o “agradecimento” que a Sainsbury’s vai ter por este gesto for a exigência de não vender qualquer artigo que possa eventualmente ofender a religião muçulmana. Também estou em crer que a Sainsbury’s o fará diligentemente e que nem será preciso rebentar duas ou três bombas à porta dos seus estabelecimentos para o conseguir.
Por medo e por cobardia mas com a desculpa do respeito por não se sabe bem o quê, abdicamos, a pouco e pouco, dos nossos costumes, da nossa maneira de viver e, de caminho, da nossa cultura. Até ao dia em que nenhum muçulmano se sentirá ultrajado porque não haverá nada nem ninguém para o fazer.
Só me resta esperar que esse dia nunca chegará porque, entretanto, o bom senso vai prevalecer. Insha'Allah.
:: enviado por U18 Team :: 10/05/2007 03:59:00 da tarde :: início ::
1 comentário(s):
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Em certo sentido é um convite à intolerância e um argumento a favor da chantagem psicológica exercida sobre a psique europei.De joshua, em outubro 05, 2007 9:55 da tarde
Por outras palavras, é uma grande estupidez, certamente revogável.