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quinta-feira, novembro 29, 2007

Medina Carreira

Vindo de dentro do sistema (capitalista) e sem o pôr em causa, é de há muito conhecido o pensamento critico de Medina Carreira, agora publicado em forma de grande entrevista no livro “O dever da verdade”.
Partindo da constatação que faz de que as economias europeias ultimamente, mais ou menos dos anos setenta para cá, têm tido “comportamentos modestos” e de que, em contrapartida, as despesas do “Estado-Providência” têm crescido a um ritmo sempre mais rápido do que a criação de riqueza, chega à conclusão de que a solvência deste tipo de Estado tem passado, até agora, quase exclusivamente pelo aumento da carga fiscal.
E, ao longo da entrevista (ao jornalista Ricardo Costa), vai apontando a dedo, no caso português, os causadores principais do estado actual a que chegámos, naturalmente muito mais grave do que o dos nossos "parceiros" europeus:
— ao tecido empresarial portuga que sempre tem funcionado — e exige continuar a funcionar — à sombra do proteccionismo do Estado (o tal Estado que os “empreendedores” lusos acham sempre demasiado grande, invasivo e perdulário, sempre que este se lembra de que os pobres também são eleitores e lhes atira umas migalhas…);
— à “população asilada” no mesmo Estado, paga pelos impostos de todos, e que, entre políticos, funcionários, pensionistas, subsidiados e familiares destes todos, corresponde a mais de 50% dos residentes e a mais de 60% do eleitorado;
— e, evidentemente, às opções políticas dos sucessivos governos que, com o voto da maioria, têm administrado o país até aos dias de hoje.
Pode estar-se de acordo, pode discordar-se, ou pode considerar-se que é uma crítica que, vinda de dentro, não aponta para o problema de fundo…
Mas não se pode é ficar-lhe indiferente. Acho eu.

:: enviado por Manolo :: 11/29/2007 11:02:00 da tarde :: início ::
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