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quarta-feira, dezembro 12, 2007

Choque de civilizações?

É isto o choque de civilizações? Ontem, em Argel, um duplo atentado fez mais de meia centena de mortos. Na maior parte, muçulmanos. Árabes, na sua enorme maioria. Uma organização argelina — islamista e fanática — composta por argelinos, que não hesitou em semear a morte contra o seu próprio povo, atacando essa gente toda, só porque eles estavam lá e apenas por isso. E para quê? Por que raio, num país muçulmano?
Não foi certamente por essa ideia demente de uma guerra santa capaz de pôr a América de joelhos. Terá sido pela ambição de virem a constituir, para além das fronteiras nacionais, uma única nação muçulmana suficientemente forte para poder rivalizar com o Ocidente e a Ásia? Mas como?
Será que essa gente não percebe que esse islamismo é inimigo dos muçulmanos? Que, quanto mais atacarem os regimes locais, mais eles se viram para o autoritarismo, em detrimento da democracia e do pluralismo político?

Por outro lado, os atentados de ontem põem mais uma vez em evidência a inutilidade da chamada “guerra contra o terrorismo”, lançada por George Bush há mais de seis anos. Uma cruzada que já é mais longa do que a Segunda Guerra Mundial. É claro que não é a mesma coisa acabar com um regime como o da Alemanha nazi, que contava com uma economia e uma indústria de armamento desenvolvida, e perseguir pelo mundo um grupo de fanáticos dispersos e na clandestinidade. Os Estados Unidos, não só não conseguiram acabar com a Al Qaeda, mas contribuiram para que ela continue a crescer e a ramificar-se por variadíssimas regiões do Médio Oriente e da África, como demonstraram as explosões de ontem na Argélia.
O mundo não está mais seguro hoje, nem está mais a salvo do terrorismo que antes de 2001. Pelo contrário, o fenómeno tem-se multiplicado e levado a destruição e a morte a países que, antes de se aliarem com Bush na sua ilegal e injustificada guerra, permaneciam imunes ao ímpeto do fundamentalismo islâmico. É difícil de imaginar tamanha falta de capacidade política, diplomática, militar e tecnológica, por parte da maior potência do planeta.
A proliferação de atentados, como os de ontem, demonstra, de maneira contundente, que a “guerra contra o terrorismo” de Bush, das duas uma: ou é um fracasso colossal, ou então é um pretexto para projectar os interesses geoestratégicos e corporativos da máfia político-empresarial à qual serve, e de que faz parte, o presidente dos Estados Unidos.

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:: enviado por JAM :: 12/12/2007 11:35:00 da tarde :: início ::
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